Família

Pai de adolescente morta em Peniche tenta vender cães à associação que os foi resgatar

O dono dos patudos queria 400 euros pelo Frenchie, que estava amarrado a um sofá, mas acabou por ceder todos os animais.
A cadela que está a amamentar.

Quando a tragédia se abate sobre uma casa com animais, como acontece num caso de um homicídio, estes também são vítimas – já que, em muitos casos, ficam subitamente sem lar e sem os seres humanos de que mais gostavam. Foi o caso do assassinato do triatleta Luís Grilo, que vivia em Vila Franca de Xira e tinha adotado dois gatos e uma cadela à  Tiara – associação Tiarama (na Amadora), que acabaram por ficar depois em boas mãos, e o caso da professora Amélia Fialho no Montijo, morta pela filha adotiva, e que tinha uma cadela, uma gata e dois periquitos, que foram acolhidos pela veterinária que os acompanhava e adotados depois – todos eles – pela mesma família. Agora, o pior aconteceu em Peniche e havia vários cães em risco.

Há um mês que uma adolescente de 19 anos estava desaparecida em Peniche, julgando a família que poderia ter ido até Lisboa. Esta semana soube-se que não foi isso que aconteceu. A Polícia Judiciária encontrou vestígios de sangue na casa e a irmã de 16 anos da vítima acabou por confessar o crime, levando as autoridades ao local onde a tinha enterrado, num terreno baldio nas traseiras da casa onde viviam – um pequeno anexo com duas divisões, sem janelas – com o pai.

Numa reportagem da CMTV, na casa onde tudo aconteceu, foi possível verificar a existência de vários animais – um cão de raça Bulldog Francês preso por uma corda a um sofá e uma cadela numa caixa de plástico no chão, a amamentar vários filhotes – em risco, já que raramente iam à rua e faziam as necessidades no interior da habitação, onde não se via água limpa para beberem e onde o cheiro era nauseabundo devido à falta de limpeza.

Associação de Peniche acolheu os cães

Uma associação local de defesa e proteção dos animais, mal soube do que se passava, dirigiu-se na quinta-feira à noite à casa para recolher os cães. Mas ainda houve uma tentativa do dono dos animais de tentar ganhar com a situação.

Durante o contacto, Jorge Pereira, o pai das duas jovens, “ainda tentou vender aos voluntários o Bulldog Francês por 400 euros, mas acabou por aceitar entregar os animais à associação, que lhe garantiu que seriam devolvidos se no futuro conseguisse reunir as condições para cuidar dos cães”, escreveu o “Correio da Manhã”.

Não se sabe qual será o futuro destes animais, até porque viviam sem condições, mas, pelo menos por agora, estão a salvo – e a serem tratados com a dignidade que merecem.

Percorra a galeria para saber o essencial sobre a esterilização de cadelas e gatas, cirurgia que impede ninhadas sucessivas e as protege de algumas doenças.

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