Quando o trabalho com os animais é um abraço a uma causa além de uma ocupação, surgem ideias com propósito e que procuram fazer a diferença — o Patas and Co. segue esta mesma premissa. A iniciativa foi criada pelos treinadores Inês Barata e Pedro Guerreiro, com o objetivo de ser um “ecossistema de serviços”. Assim, o projeto sediado em Algés, Lisboa, oferece uma escola de treino, uma creche para cães, passeios, pet sitting, banhos e tosquias, e ainda formações e workshops. Além disso, promove um podcast sobre comportamento canino, e iniciativas diferentes, que pretendem educar e aproximar o público ao mundo dos animais.
A equipa que faz o Patas and Co. acontecer é composta por cinco pessoas: Inês Barata e Pedro Guerreiro, fundadores e treinadores, Inês Silva, dog groomer, Carlota Santos, encarregue da publicidade, e Mafalda Carvalho, outra treinadora, que cumpre com a área de marketing do projeto.
Pedro conta à PiT que a ideia nasceu em 2023, alimentada pelo interesse sobre treino e comportamento canino que desenvolveu depois de Gili, a sua Beagle de seis anos, entrar para a família. “A minha mulher tinha medo de cães e esta era a única raça de que ela gostava”, adianta o engenheiro de gestão industrial de 35 anos. “Ela gerou este interesse. Comecei a ler livros e a fazer cursos e a ajudar voluntariamente as pessoas, o que gerou um passa palavra”, acrescenta. Pedro mantém o emprego na área de engenharia, mas começou a dedicou-se ao treino em part-time há cinco anos, dando aulas quando encontrava disponibilidade. Contudo, confessa que sempre quis trabalhar com animais, e que o objetivo é dedicar-se ao projeto a 100 por cento.
O criador do Patas and Co. explica que a sua experiência ao procurar serviços para Gili era “frustrante”, por “ter de encontrar sempre uma pessoa diferente”, que assegurasse as diversas necessidades que procurava. Este sentimento gerou o impulso de que necessitava para conjugar os seus conhecimentos num conceito concreto, que “ajudasse qualquer pessoa que lá entrasse”.
Inês Barata era já dona da Patas na Rua, a creche que Gili frequentava. Pedro avança que a treinadora o indicava a vários clientes que precisavam de ajuda com os seus cães, por reconhecer o bom comportamento de Bili e as capacidades do tutor. “Três anos depois convidei-a para um café e desafiei-a para montarmos uma equipa”, explica. “No início mandou-me à fava, mas depois concordou”, brinca.
O projeto funciona em Algés, e inclui uma loja e dog grooming. Pedro esclarece que a creche de Inês foi mantida, e que tem capacidade para 15 cães. Esta tem uma proposta diferente da maioria “porque não acontece no espaço fechado”. “Todos os dias levamos os cães e eles passeiam na natureza. À tarde vão descansar para a loja”, afirma.
O Patas and Co promove ainda formações e woskhops. Desde que abriu portas organizou cursos de educador canino, com uma componente teórica e prática, aulas de dog walking e pet sitting, de linguagem canina, e exposições sobre as melhores práticas de adoção enquanto tutores, abordando “como é que as pessoas se devem preparar para receber um cão, e quais os melhores passos a seguir”.
A estadia diária na creche começa nos 25 euros, e as consultas comportamentais para os treinos são 60 euros. As inscrições podem ser feitas através de mensagem pelas redes sociais.
Lançaram o videocast Patas and Coffee
Pedro admite ter a noção de que “o mercado dos podcasts está muito saturado”, mas esclarece que até à criação do Patas and Coffee existia um único programa do género a abordar o comportamento canino em Portugal. “Eu leio e estudo muito sobre o tema e ouço muitos podcasts, e se calhar 90 por cento do conteúdo que consumo é estrangeiro. Sempre senti que havia falta disto por cá e que existia espaço para uma plataforma portuguesa, onde as pessoas pudessem aprender mais sobre cães”, avança.
Pedro e Inês apresentam o programa, que funciona “como uma espécie de talk-show sobre comportamento canino”. Para os episódios são convidados profissionais da área, líderes de associações e movimentos da causa animal, e tutores normais que partilham as suas preocupações e experiências. Os fundadores pretendem ainda marcar uma posição política, convidando o partido PAN para discutir leis e ideias sobre os direitos dos animais.
Os episódios têm cerca de 30 a 40 minutos, e a primeira temporada está já disponível no Youtube e no Spotify. Pedro adianta que a segunda começará a ser gravada em julho, e que os temas englobam questões como a reatividade, o passeio à trela, e ainda a alimentação. “A ideia é ser uma coisa leve, que seja uma conversa não muito pensada nem técnica, mas algo que toda a gente possa ouvir e identificar-se”, explica.
Carregue na galeria para conhecer alguns dos clientes do Patas and Co., e para saber mais sobre o projeto.