Família

Paula Neves: “Sou contra entretenimentos que implicam o sofrimento de um animal”

A atriz confessa que não apoia as touradas, nem os circos. Elogiou ainda o trabalho das associações que ajudam animais.
Com Pablo e Mia.

O amor pelos patudos não estava escrito no destino de Paula Neves, 46 anos. A atriz não cresceu rodeada por eles e nem herdou a paixão da família. Afinal, os pais “não eram muito de animais”. Em infância, os únicos companheiros que se lembra são três: um piriquito, um grilo e uma hamster. Todos, porém, com finais um pouco dramáticos. Hoje, quem a acompanha não a consegue imaginar sem um cão ou gato, e o caminho até aqui chegar foi longo.

Paula Neves foi a convidada desta semana do PiT Stop, o podcast da PiT em que os animais de figuras públicas são os protagonistas. A atriz contou como surgiu o inesperado interesse pelos patudos e em como se tornou numa defensora da causa. Ao longo do episódio, à conversa com Nuno Azinheira no estúdio da NiTfm, confessou ainda a verdade opinião sobre as touradas, os circos e os jardins zoológicos.

Em 2003, foi a personagem Maria da Gama, interpretada por Paula Neves na novela “Queridas Feras” da TVI, que despertou a paixão que a atriz hoje não se imagina sem. “Ela não só tinha uma quinta no Alentejo, como andava a cavalo e era dona do Badoca Park”, recorda. Durante dez meses, chamou o parque situado em Santiago do Cacém de segunda casa.

“Percebi que o meu amor, o meu bem estar e aquilo que me fez vibrar foi a minha relação com os animais. Contactar com as girafas, com os búfalos, dar de mamar a cabrinhas bebés… andar no meio daquilo tudo”, diz. E foi ao lado do marido, Ricardo Duarte, com quem partilha a vida há 22 anos, que encontrou um refúgio no campo.

Lá, vivem com Pablo e Mia, dois Schnauzers miniaturas de 11 e nove anos, respetivamente. Apesar do amor profundo que sente pela dupla, confessa que não é da equipa que chama os animais de filhos. “Tenho consciência que um pai tem muita responsabilidade e tem de criar os filhos para o mundo. É um amor protetor e tem de o empurrar para fora. Com os animais, é um amor protetor empurra para dentro. Estão no meio do meu círculo e daqui não saem”, explica.

 

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Além da dupla de cães, a arca de Noé da artista conta com gatos, largatixas, sapos e pássaros, especialmente Rabirruivos, que visitam com frequência a propriedade da família. O único limite no reino animal para Neves é simples: não suporta moscas e melgas. Ou melhor, suporta-as se estiverem no seu canto e não a “invadirem a casa”.

Já os felinos, são oito, no total, que lá vão, entre eles Merlin, Chefe e Cinzento. Com a atitude que só os amantes de gatos conhecem, os patudos aproveitam a boa vontade da vizinhança que ali vive — Paula descobriu que além da sua, são alimentados por pelo menos três ou quatro casas. O resultado? Estão cada vez mais gordos.

A eterna “Trinca-Espinhas” também elogia aqueles que se dedicam por completo aos animais. “É um trabalho muito bonito e bem feito. Admira-me imenso porque parte essencialmente da dedicação profunda de pessoas independentes que tiveram de agir e fazer qualquer coisa”, refere. “Eu ajudo, dou cara, voz e tento fazer algo por algumas associações mas não seria um trabalho que eu seria capaz de fazer. É preciso pele grossa e não ficar arrasado cada vez que vê um post de uma situação difícil”.

Neste mesmo assunto, a atriz aproveitou para partilhar os pensamentos sobre as touradas.”Não compreendo um desporto em se pode retirar algum prazer com a dor de um animal”, frisa. “Percebo a tradição da cultura portuguesa mas acho que há coisas na tradição que são miseráveis e temos de mudar. Sou incapaz de conceber qualquer tipo de desporto, entretenimento e espetáculo que implica o sofrimento de um animal. Seja tourada, circo ou o que for”.

Para saber mais sobre a relação da atriz com os animais, ouça aqui o episódio na íntegra.A seguir, carregue na galeria para conhecer os patudos de Paula Neves.

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