Família

Quem é vegan ama animais. Na Padoca do Rosário, os pets fazem parte da equação

A Padoca do Rosário fica no Porto e é 100% vegan. Serve pratos tradicionais na versão vegetal e é pet friendly.
Recriam receitas tradicionais.

Quando os valores se unem à vontade de fazer a diferença nascem negócios com visões sólidas e missões valiosas. A Padoca do Rosário é um restaurante totalmente vegan, no coração do Porto, que recria pratos e pastelaria tradicional, tudo à base de plantas. Como não podia deixar de ser, o estilo de vida vegan estende-se além da culinária, e na Padoca também os patudos são bem-vindos. 

Cátia Figueiredo, fundadora do restaurante, conta à PiT que a comida é uma paixão geracional – toda a família trabalha no ramo. “Trabalhava com o meu pai no restaurante dele e houve um espaço que ficou vago. O meu pai perguntou se queria abrir lá um restaurante meu. É normal, isto vai passando de geração em geração”, conta a responsável. O nome foi um co-fundador que sugeriu. “Foi o David Sampaio que deu o nome. Ele foi um parceiro do início e um pilar muito grande. Padoca significa padaria em português do brasil, e ele é brasileiro”.

Vegan e pet friendly

Em 2025, a Padoca do Rosário celebra 10 anos de existência, e as suas fases têm acompanhado as da criadora. “A Padoca foi a evolução da minha alimentação“, afirma. No início, a comida não era completamente vegan, e o foco do restaurante era comida saudável, refletindo as preocupações pessoais de Cátia. Durante a pandemia, o projeto começou a ganhar a forma com que agora se apresenta, quando Cátia se tornou vegetariana e depois vegan. “Eu já não era muito apologista de proteínas animais. Era raro comer, mas eu treinava muito então comia muito ovo e percebi que tinha uma certa intolerância. Depois também comecei a ver reportagens e documentários sobre a indústria. Eu sabia que havia umas coisas estranha”, explica a fundadora.

“Acabou por ser uma coisa natural”, afirma Cátia. “Quanto mais coisas eu via mais confusão me fazia. Acabei por me tornar vegana e a Padoca também, até porque na altura já era praticamente tudo vegan. Só tinha ovo em algumas coisas por saber que alguns clientes gostavam”, adianta. “Acho que há muita desinformação. Ainda há aquela ideia da vaca feliz no pasto e não é nada disso que acontece. As pessoas não sabem o que de facto se passa, e eu era uma dessas pessoas”, conclui. 

“Desde que nos tornámos 100% vegan tornámo-nos também pet friendly. Os animais vão ser sempre bem-vindos aqui”, explica a responsável. A escolha chegou a levantar algumas questões, mas Cátia mantém-se firma na decisão. “Às vezes há pessoas que têm algum preconceito. Já chegaram a discutir comigo e a dizer que não voltariam por causa dos cães cá dentro. Eu não entendo a posição, mas respeito-a. Para mim não era compatível os animais não virem“, conta.

A missão é dar a conhecer o veganismo

Cátia conta que a maior parte dos clientes da Padoca do Rosário são vegan, mas muitos não o são, e ainda assim propõem-se a experimentar. “A maior parte é vegan, mas entram pessoas que não são, e é engraçado porque até os que não são ficam e provam e gostam muito“, explica a proprietária, afirmando que não é o regime alimentar que dita a qualidade do prato. “Se a pessoa souber cozinhar cozinha bem e pronto. Este contacto ajuda a deixar o estigma de que o veganismo só tem comida sem sabor”.

Cátia conta ainda que é a única vegana na família, mas que isso não impede os familiares de desfrutar do espaço e dos pratos. “A minha mãe e a minha avó, quando estão aqui, comem vegan e gostam muito”. A responsável explica ser esta a missão da padoca – “criar experiencias gastronómicas e ter cada vez mais pessoas a conhecer a comida vegan”.

A paixão são a pastelaria e a criatividade

Além de cuidar do negócio, Cátia é a mente por trás das receitas, que variam sazonalmente. “Eu crio a ementa, tanto os pratos como a pastelaria, e transmito à minha equipa”, explica. “Gosto muito de pegar numa receita tradicional, seja de que país for, e criar uma receita vegana”.

A dona da Padoca conta ainda que o seu grande amor é a pastelaria. “Gosto muito mais de experimentar pastelaria, gosto muito de açúcar. Como um bolo aqui todos os dias.”, afirma. Em 2022 o pastel de nata vegan da Padoca foi destacado como um dos melhores do país – “foi uma enorme validação para nós”.

O amor pela cozinha e pela causa dos animais juntou-se à vontade de ensinar, e em dezembro de 2024 a Padoca começou a lançar livros e cursos de culinária, “para mostrar às pessoas que a cozinha vegan não é nenhum bicho de sete cabeças e que pode ser muito acessível”. O ensino é feito com os pratos passados, criados para integrarem a ementa do restaurante. “Como estamos sempre a criar temos quase que coleções, então eu pego nessas coleções e ensino”, explica Cátia. 

Não só de restaurante e cursos é feito o projeto da Padoca. O Mercado do Bolhão tem recebido um mercado vegan organizado por Cátia e pela equipa, chamado “Nada de Bichinhos, Só Plantas” – o mesmo nome que adotaram para os livros e os cursos. A próxima edição do curso terá lugar dia 22 de fevereiro, e “vais ser sobre pastelaria, especificamente sobre maça folhada vegan, as suas variantes e utilizações”. 

Além do menu do restaurante, a Padoca do Rosário tem também serviço de catering e faz encomendas, a partir do site. O menu inclui itens como a Shakshuka (15€), com ovo vegan, o Cozido à Portuguesa (12€), os Bolinhos de Bacalhau com Queijo da Serra (2€), Pastel de Nata (2€), ou os ovos benedict (15€). 

FICHA TÉCNICA

  • MORADA
    Rua do Rosário 13, 4050-522 Porto
    4050-522 Porto
  • HORÁRIO
  • Todos os dias, das 9h às 17h
PREÇO
De 2€ a 25€
TIPO
Cafés e restaurantes

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