Família

“Reconheceu-me na hora”. Fugiu de Algés e foi encontrada no Linhó dois anos depois

O chip fez toda a diferença para este reencontro com 20km de distância. "Quando a chamei, miou logo", contou a dona à PiT.
Um regresso feliz.

Quando um animal desaparece, a angústia instala-se nas suas famílias. Estará bem? Terá fome ou sede? Calor ou frio? Foi atropelado ou roubado? São muitas as perguntas que assaltam as mentes dos donos, dependendo das circunstâncias do desaparecimento: se era um cão ou gato que dava as suas voltinhas, podendo ter-se desorientado – no caso dos gatos, no tempo mais frio, há aqueles que por vezes se metem nos motores dos carros e acabam por ir parar muito longe, quando sobrevivem ao andamento do veículo – ou se desapareceu do jardim de casa (havendo a hipótese de furto) ou ainda se se assustou num passeio, conseguindo com o puxão desprender-se da trela. Uma coisa é certa: os que regressam sãos e salvos a casa são motivo de grande festa – e de alívio. Farrisca foi um desses casos.

Quando já passou muito tempo desde a última vez que foram vistos, a esperança começa, muitas vezes, a desvanecer-se. Mas por vezes, quando já não se espera, dá-se um emotivo reencontro. Foi o que aconteceu com a gata Farrisca, que tinha desaparecido em outubro de 2021 na zona do Dafundo – Algés de Cima, no concelho de Oeiras – e que apareceu agora, para grande felicidade de toda a família.

A dona, Elisabete Muga, colocou apelo no Facebook e criou anúncio na plataforma Encontra-me.org, na esperança de que rapidamente tivesse a sua felina de volta, até pelo facto de ter chip. Mas nada. O tempo foi correndo e a Farrisca não regressou a casa. Até ao final de maio.

No passado dia 26 de maio, a página de Facebook da Associação de Proprietários da Quinta da Beloura II (no Linhó – Sintra) dava a bela notícia: ao conseguirem apanhar uma gatita que por ali andava há algum tempo e ao deslocarem-se com ela ao veterinário, descobriram que tinha chip. Num instante se ligou à dona e o reencontro foi emocionante.

“Reconheceu-me na hora, no veterinário. Quando chamei pelo nome, miou logo”, conta Elisabete Muga à PiT, dizendo que Farrisca está a reagir “lindamente” a tudo, como se nunca tivesse saído de casa. “Não é uma gata meiga, mas não ficou mais silvestre. Mantém a curiosidade e, numa casa com três crianças e vários amigos que vêm cá muitas vezes, está sempre presente. Não se esconde nem tem medo”, sublinha a sua dona, radiante com este regresso quase dois anos depois.

Chip foi primordial para o regresso de Farrisca

Neste caso, foi essencial que Farrisca tivesse identificação eletrónica, porque sem chip talvez nunca mais tivesse visto a sua família, já que foi encontrada a cerca de 20 quilómetros de casa.

“Aconteceu esta semana na nossa Quinta da Beloura. Uma gata de ‘rua’, conhecida há bastante tempo pela mancha branca peculiar no seu pequeno focinho, encontrou um lugar seguro para estar e pernoitar no telhado de uma vivenda. Miava constantemente quando via alguém, como se estivesse a chamar à atenção, e não deixava dormir descansados os moradores da vivenda. Ela sabia descer do telhado, já tinha sido encontrada no interior da vivenda, mas era uma situação que teria de ser resolvida porque não estava ali bem”, conta a associação da Quinta da Beloura II.

Apanhá-la não foi difícil, felizmente. “Fomos capturá-la com a nossa armadilha, e um apetitoso paté para gatos, e como não tinha a ponta da orelha cortada, sinal de esterilização, resolvemos levá-la ao veterinário para verificar o seu estado, e eventualmente esterilizar. Para surpresa de todos, a pequena gata tinha chip! Para ainda maior surpresa, na base de dados constava que tinha sido dada como desaparecida pelos seus donos no Dafundo há cerca de dois anos e meio! A sua casa estava a 20 kms daqui! Contactados os donos, mostraram-se felicíssimos por ter sido finalmente encontrada, e nós felicíssimos por termos contribuído para o reencontro. Um simples chip pode fazer toda a diferença”, remata o post.

Farrisca trouxe grande alegria à causa animal

Também o projeto Gatinhos de Algés partilhou na semana passada este acontecimento, com grande alegria, e como exemplo da importância do microchip. Numa publicação intitulada “História com final feliz. Chip, chip, chip, sempre”, a responsável do projeto, Marina Azevedo, contou também um pouco da história de Farrisca, que possivelmente terá ido no motor de algum carro.

“Esta gatinha desapareceu há dois anos em Algés. Os donos fizeram buscas por todo o lado, colocaram folhetos por todo o lado, nós publicámos e divulgámos, mas o tempo passou e a menina não aparecia. Há pouco tempo, uma cuidadora no Linhó viu, na colónia de que cuidava, uma gata muito meiga que não pertencia ali. Estranhou, foi ao veterinário e tinha chip. E assim regressou à família”, sublinha o post, que termina com vários conselhos: “Ponham redes nas janelas e varandas e passeiem sempre os cães à trela. E ponham sempre chip. Como os azares acontecem, o chip ajuda no regresso”.

E, de facto, ajudou – e Farrisca está de novo em casa. Percorra a galeria para ver algumas fotos desta gatita linda.

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