Sofia Eiras Antunes não consegue esconder o sorriso ao contar a história de como os seus três cães da raça Golden Retriever chegaram à sua casa. Entre risos, misturam-se umas quantas borboletas na barriga, pois, na verdade, o momento correspondeu a quando conheceu a sua cara-metade: “Queria muito um cão dessa raça e fui aos websites procurar por criadores. Foi aí que encontrei o António”, começa por contar à PiT.
A jovem de 26 anos, que é uma “maluca por cães” assumida, sempre quis um na sua vida. No entanto, devido ao pavor do pai, isso nunca foi possível. Mesmo com tentativas: “Uma vez, encontrei um cão rafeiro, com apenas dois meses, no lixo. Levei-o para casa para o salvar e, para meu espanto, o meu pai apaixonou-se por ele. Mas tivemos que o dar, porque ele era demasiado tresloucado”. Não foi desta. Mas, felizmente, o amor estava à espreita. E não só o demonstrado pelos patudos.
António Lopes, 27 anos, era criador de Golden Retrievers, e foi isso que levou os seus caminhos a cruzarem-se com os de Sofia. Isso e a doçura de Kodi, a cadelinha que chamou logo a atenção da “maluca por cães”.
Há uma década que deram de caras um com o outro, mas só há um ano é que viram algo além disso. Mas isso nunca os impediu de construírem uma vida conjunta. Hoje, têm seis cães — os irmãos Kodi e Moody, o segundo pertencente à família de António, outro Golden, Mike, e uma Boiadeiro de Berna, ambos com seis anos, Trufa, uma Teckel com quatro, e, finalmente, Charlie, um Cavalier King Charles Spaniel com a mesma idade — e uma loja-café, a Curae Plantshop.
Não é um segredo. São três: plantas, pessoas e patudos
Situada em Alcântara, freguesia do concelho de Lisboa, foi criada sempre com a paixão pelos animais sempre na cabeça: “O projeto começou em dezembro de 2020, sob o mote dos três P’s: plantas, pessoas e patudos”, explica a empresária.
O casal começou com uma simples loja online de plantas pet friendly, ou seja que traziam benefícios aos animais de estimação, e tiveram um grande fluxo de encomendas durante a pandemia. O que começou por ser um momento difícil para todo o mundo, desencadeou o surgimento de diversos negócios. E o de Sofia e António não é exceção.
Já totalmente desconfinados, puderam abrir o seu próprio espaço e convidar todas as pessoas, e os seus animais, a conhecer as suas plantas. Aí, dedicaram-se à venda e aluguer de plantas e dos seus benefícios. Tanto para pessoas, como para animais. Como é o caso da Peperomia Obtusifolia Variegata (18,90€), perfeita para quem precisa de esperança, e da Musa Bananeira (18€), caso o seu pet necessite de estar mais chill.

Melhor do que ter uma ou outra planta com benefícios em casa, é haver um espaço que as concentre a todas. E que, no meio das boas energias, ainda arranje forma de encher o estômago. Foi nisso que Sofia e António pensaram, ao criar o restaurante-café, que é simultaneamente “o espaço mais pet friendly de Lisboa”.
Com bebedouros e comedouros em todas as mesas, camas e brinquedos espalhados pelo chão, e surpresas pet friendly no menu, não há animal que não queira visitar o espaço. Além disso, tudo é pensado para o conforto de patudos e tutores: “Temos dois espaços, para que não haja de conflitos com cães que não se dão bem. A ideia é democratizar e apelar ao convívio”.
“Por vezes, é mais fácil as pessoas criarem ligações através dos cães, o que acaba também por ser terapêutico”. O mesmo acontece com gatos e até mesmo com porquinhos-da-índia, que já frequentaram o estabelecimento. E é esta sensação de terapia que os clientes procuram todos os sábados, no dia do “brunch”. Todas as semanas, o menu é diferente, mas há uma coisa em comum: é todo à base de plantas.
Servido das 11 horas às 15 horas, é composto por um sumo do dia, uma bruschetta, uma curae bowl, composto por iogurte, granola, fruta e overnight oats, e café ou chá. Tem um custo de 15€, e garante uma experiência saborosa e acolhedora com os animais de estimação.
Este mês, há sábado muito diferente dos outros. No dia 25 de março, decorrerá um brunch dedicado aos Goldens, no Curae Plantshop. O requisito não é ter um cão da mesma raça. Apenas tem de os amar.
“Vamos ter um brunch num regime volante, com muitas coisas para os animais. Temos bolachas que tanto dão para os tutores, como para os patudos. Vamos abrir o espaço ao máximo e, se estiver bom tempo, ficamos lá fora e tudo”, diz entusiasmada.
Com um custo de 18€, Sofia e António esperam reunir o máximo de amantes de Golden. E o plano é prosseguir com a ideia: “Este será apenas o primeiro. Depois vamos fazer com outras raças de cães. Também para criar uma espécie de comunidade”, remata.
Carregue na galeria para ver algumas fotografias da Curae Plantshop e dos cães dos proprietários.