Há animais que passam longos meses e até anos, recolhidos em abrigos e canis, a aguardarem a oportunidade de virem a ter uma casa só deles. Têm mais sorte do que aqueles que não chegam a ter hipótese de acolhimento e que sobrevivem a custo à dureza das ruas, mas todos eles merecem lares de amor, onde saibam o que é ser tratado com respeito e dignidade. É o caso de dois patudos que vivem há seis anos na mesma box. Inseparáveis, estão na zona de Santarém à espera de encantar uma família que queira adotar ambos.
“Chamamos-lhes os irmãos sem sorte. Foram recolhidos pelo canil com quatro meses e ali cresceram. Ninguém os adotou até hoje. Passaram seis anos”, conta à PiT uma das voluntárias do projeto de defesa animal Duques e Duquesas de 4 Patas. “Está há meia vida à espera de uma família”, lamenta.
Seis anos é demasiado tempo – e eles só precisam de uma oportunidade. “Chamam-se Tico e Teco. Têm nome de gato, dado há muito tempo pelo canil onde estão, no distrito de Santarém, mas de gato só têm mesmo o nome. São verdadeiros cães, extremamente amorosos e simpáticos com toda a gente”, sublinha a protetora.
Estão muito habituados um ao outro e o maior desejo do Duques e Duquesas de 4 Patas é que possam ser adotados em conjunto. “Vivem na mesma box desde que nasceram e por isso procuram uma família que não deixe nenhum para trás”, diz a mesma responsável, explicando que não são sociáveis com gatos. E “puxam um pouco na trela, mas, tirando isso, andam bem”.
Tico e Teco querem viver fora de uma box
Mas, entretanto, seis anos se passaram. “Seis anos à procura de família, a viver numa box. É meia vida, meia história. Mas porquê? Serão feios? É por serem de porte médio? Por serem de pêlo curto? Por pesarem 25kg? Qual é o problema… alguém nos explica? Na nossa opinião, são muito bonitos, além de serem muito sociáveis. Gostam imenso de pessoas. Alguém gostaria de reescrever a história deles e adotá-los?”, pergunta a mesma voluntária.
“Os irmãos sem sorte só conheceram a vida toda uma jaula, poucas pessoas e um pátio… Não sabem o que é um sofá, um aquecedor, uma lareira… outra vida! Gostariam muito de correr livres numa casa que pudessem chamar de sua e de ter uma família super amorosa como eles”, aponta a cuidadora com tristeza.
Há por aí quem se apaixone pelo Tico e pelo Teco? Os voluntários e funcionários do canil dão-lhes muito carinho e passeiam com eles, mas vê-los saírem rumo a uma casa é o maior desejo de todos. Serão entregues castrados, microchipados e vacinados. Percorra a galeria para os conhecer melhor – e talvez se apaixone. Para os visitar ou para se candidatar à adoção, pode preencher o formulário e contactar o projeto para confirmação. Eles estão à sua espera.