Família

Traça Trapos: a loja e café que convidam os humanos e animais a relaxar

Ali, o tempo passa devagar, o ambiente é tranquilo e convida a ficar por lá a almoçar, trabalhar ou a fazer malha.
A comida é maravilhosa.

O projeto Traça Trapos nasceu, à semelhança de outros negócios, de uma necessidade pessoal, em plena pandemia de Covid-19. Foi durante a quarentena que Adriana Tojal e Diogo Gabriel decidiram retirar finalmente a ideia da gaveta e iniciar o processo de metamorfose da Traça. Ao longo de vários anos a praticar como passatempo a tecelagem e variadas artes manuais, a dupla conhecia relativamente bem as dificuldades encontradas por quem pratica e trabalha com artes têxteis em encontrar materiais.

Apesar de o online ser um canal com um potencial enorme, nunca acharam que fizesse sentido que as texturas e as cores incríveis dos diferentes materiais estivessem apenas dentro de um ecrã, à um clique de distância.

A experiência de tocar os fios, de sentir as diferentes linhas, observar as cores e até os odores característicos da lã tinha que ser pessoal, por isso ter uma presença física, ainda por cima numa cidade tão ligada às artes manuais e ao bem-estar, foi desde sempre o objetivo, agora cumprido pelo casal de 35 e 36 anos, respetivamente.

Até chegar aqui, Adriana e Diogo viajaram pelo mundo durante sete anos. Ela era animadora cultural e é natural das Caldas da Rainha. Ele nasceu no Cacém, trabalhava no departamento de marketing das pastilhas Gorila. Em 2013, deixaram tudo para trás e fizeram-se à estrada numa auto-caravana, pela Europa fora.

Em 2020, a pandemia fez com que suspendessem a sua aventura. Com o fecho das fronteiras, a Traça Trapos começou a ganhar forma. Já tinham comprado casa nas Caldas em 2018 e a escolha da cidade foi puro acaso. “Gostávamos de estar cá e é relativamente perto do Cacém, de forma a podermos estar próximos da família”, conta Adriana.

“Durante a pandemia foi o formato kit que nos lançou”, acrescenta a também artesã, relativamente à primeira fase do projeto que existia apenas no online. Seguiu-se a loja física nas Caldas, em 2020 e, dois anos depois, uma em Lisboa, sendo que esta última acabou por fechar.

A Traça Trapos é uma loja especializada em artes têxteis manuais, vende uma variedade de fios e lãs, assim como acessórios específicos, para a prática da tecelagem, macramé, punch needle, entre outras. Ali, são todos bem vindos (a incluir os animais) e fazem-se workshops. Há também uma cafetaria, que é a novidade do espaço, que mudou de localização em fevereiro deste ano e se instalou no número 15 da Rua de Camões, nas Caldas da Rainha.

O casal, com a filha, Emília, a RP de quatro patas, Dora, e Carlos Neto, da Cerveja Netus.

A cafetaria, que ocupa o rés-do-chão da loja, nasceu “a medo” pois não é a área do casal. “Quanto à loja já conhecíamos a logística disto tudo, mas lá em baixo é tudo novo para nós”, revela o casal. Apostaram em contratar alguém do ramo da restauração, a chef Maria, que faz a gestão do café e com quem, confessam, já aprenderam muito nestes seis meses.

Ali pode fazer-se uma refeição leve ao almoço, beber um café, ficar por lá a trabalhar ou simplesmente a tricotar e a trocar ideias. O espaço oferece refeições para todos os gostos, inclusive vegan e é pet-friendly. A Traça partilha paredes com Carlos Neto, produtor da cerveja artesanal Netus que é produzida ali, conta-nos Diogo, que acrescenta: “Partilhamos o mesmo amor ao craft e ao saber fazer com calma e amor.”

A Traça Trapos está localizada no primeiro piso. As paredes estão forradas de alto a baixo por fios de lã ou macramé de todos os tons de cor. Os três janelões têm vista para o mítico Parque D. Carlos I e a mesa corrida é onde se reúnem os grupos dos workshops.

É também ao redor daquela mesa que, às quintas-feiras, se reúne um grupo de senhoras, que elegeram o espaço, para estarem a trabalhar cada uma no seu projeto, ao melhor estilo de tertúlia. A moda pegou, e pelo passa palavra, já há mais interessados no espaço, e em fazer daquele lugar um ponto de encontro de grupos, da área ou não. Simplesmente porque é mesmo um espaço bonito e com uma energia incrível, quase mágica.

De seguida, carregue na galeria para conhecer a Traça Trapos. 

ver galeria

ÚLTIMOS ARTIGOS DA PiT