Parece um verdadeiro conto de fadas. Mas, desta vez, não falamos de 101 dálmatas, mas sim de 103 gatos. O que começou por ser uma casa de família humana, rapidamente foi tomada pelos felinos. Dormem na mesa de jantar e têm cantinhos especiais em todas as divisões, mas os donos não se importam nada.

Como em muitas outras histórias, a pandemia marca o início desta. Fechadas em casa, muitas famílias desesperaram sem nada para fazer e sem local para escapar a essa rotina. O que esta mãe, pai e filha decidiram fazer para passar o tempo? Resgatar gatos e levá-los para a sua humilde vivenda em Filey, uma cidade no Reino Unido.

“No primeiro confinamento, percebemos que havia um problema sério e que os gatos não tinham para onde ir. Uma quinta ligou-nos a dizer que estava sobrelotada e não sabia o que fazer. Adotámos 18 gatos nesse dia”, contou Tina Lewis à BBC.

Mark, o marido de Tina, nunca foi um aficionado por animais, mas começou a ganhar a paixão quando adotaram Whiskas, uma gata que encontraram à porta de casa e que desapareceu pouco tempo depois, causando um desgosto à família: “Eu contei ao meu marido que precisava de os levar para casa e ele só fez uma pergunta: ‘Para onde é que vão?’. E eu respondi: ‘Para o nosso quarto'”, riu-se a cidadã britânica.

Quem entra na casa da família Lewis já não a reconhece como humana. Com 30 bebedouros espalhados pelo chão, 40 árvores de gato distribuídas por todas as divisões, camas em cima da mesa de jantar e uma passagem especial num dos quartos para o santuário no exterior, são os felinos que mandam ali. E a família é que o permite.

O que começou como uma pequena ajuda a abrigos felinos, tomou grandes proporções: “Há um mês, tinha 47 gatos. Agora, tenho 103, dos quais há cinco gatas que estão grávidas. Sabemos que, até ao final de novembro, ultrapassaremos os 200 gatos”.

Este cuidado, contudo, nada tem de ilegal, e Tina, Mark e a filha Kate sempre quiseram dar o melhor aos seus gatos. Certificaram a sua casa como um abrigo de resgate felino, Filey Cat Rescue, em março deste ano, e fazem de tudo para poder tratar os animais como se fossem filhos: “As despesas de alimentação são milhares e milhares de libras. Vendemos uma propriedade, o nosso carro e até a minha aliança de casamento para arranjar dinheiro“, explica Tina.

Contam agora com as doações das pessoas que os seguem nas redes sociais para os poder ajudar, e publicitam os seus gatinhos à procura de alguém para lhes dar outra casa, apesar das saudades que poderão com a sua partida: “É muito difícil imaginar a nossa vida sem gatos. Nem consigo prever que isso alguma vez aconteça. Eles precisam de ajuda, e nós vamos dá-la”.

Carregue na galeria para ver os adoráveis gatos que transformaram a casa de uma família num refúgio felino.