Família

Wallace salvou a tutora de um afogamento. Agora recebeu um prémio pela coragem

O patudo salvou Allison quatro meses depois de ser adotado. Depois, tornou-se um cão de terapia e ajudou várias outras pessoas.
Allison e Wallace.

Allison Redgrave LaField estava a ajustar o limpa-fundos automático da sua piscina quando sofreu uma convulsão, caiu, partiu o quadril e bateu a cabeça com força. Quando se apercebeu, a ex-nadorada de competição estava no fundo da piscina, completamente desorientada e sem conseguir mexer-se. Devido a experiência, não entrou em pânico e começou a pensar em várias formas de sair de lá. Até que o seu cão gigante, Wallace, entrou em ação. 

“Afundei e não conseguia respirar”, contou a professora de natação ao American Kennel Club, um dos maiores clubes de registo genealógico de cães de raça pura do mundo. Enquanto pensava nas hipóteses que tinha, ouviu Wallace, que é Old english sheepdog, a saltar para dentro d’água. Quando olhou para cima, viu as patas gigantes e as bolhas de ar que o patudo estava a fazer, como se estivesse a mostrar-lhe o caminho. 

“Agarrei o seu pelo enquanto ele nadava até à parte rasa comigo às costas”, recordou. “Tive uma experiência de quase morte e, se não fosse o Wallace, não teria sobrevivido”.

O incidente aconteceu quatro meses depois da ex-nadorada acolher o grandalhão. E a verdade é que Wallace não foi a sua primeira escolha. Allison sempre sonhou em ter um cão da raça, mas sabia que nunca iria comprar um. Até que, certo dia, descobriu que a associação onde fazia voluntariado, a Homeward Bound Dog Rescue, no Estado da Minnesota, nos EUA, iria receber uma ninhada desses animais. 

Wallace, porém, não foi o primeiro escolhido para ir para casa com Allison. A tutora decidiu servir de família de acolhimento temporário (FAT) do seu irmão, que era o menor de todos e consequentemente, precisava de mais cuidados. Contudo, o pequenote acabou por não resistir e a norte-americana voltou para buscar o cão que até hoje está ao seu lado. 

No início, ainda não tinha a certeza sobre a sua adoção. Até porque vive no Texas e pensava que seria complicado criar um cão com uma pelagem densa num clima “árido e húmido”. Mas depois de ter a vida salva pelo patudo, não conseguiu mais deixá-lo. “Como esta raça é rara aqui, as pessoas teriam pagado muito por ele, e parte de mim sentiu-se mal por tirar este dinheiro do grupo de resgate, mas depois do que ele fez por mim, não me consegui separar dele.”

De segunda opção a herói

Ao longo dos anos, Wallace começou a ajudar outras pessoas como cão de terapia. E tornou-se tão conhecido que foi considerado o cão de terapia do ano de 2024 pelo American Kennel Club.

Desde o incidente que quase lhe tirou a vida, Allison percebeu que o companheiro de quatro patas tinha um dom: ajudar os outros.  Desde bebé, é descrito pela tutora como o cão mais tranquilo de sempre e até a fama de ser uma “alma antiga.” 

“Quando estou prestes a ter uma convulsão, ele chega à minha cara e bufa, depois levanta-se e baixa a sua grande pata como se me estivesse a cumprimentar”, explica. “Quando caio, ele fica parado como uma estátua e deixa-me apoiar-me nele, para que me possa levantar do chão.”

A tutora decidiu procurar treinos específicos para aproveitar os “super poderes” do companheiro e Wallace acabou por completar vários tipos, incluindo exercícios de busca e resgate; e de terapia. O primeiro trabalho que fez ao lado da tutora, foi na Brooke Army Medical Center (BAMC), a principal instituição médica para membros do exército norte-americano. 

Nesta altura, a dupla trabalhava turnos de quatro a seis horas, com intervalos de 30 minutos, a confortar pacientes do setor de saúde mental.  “Wallace adorava especialmente os homens fardados, mas oferecia consolo a todos”, partilhou. “Algumas raparigas até se ofereciam para lhe entrançar o pelo”, recordou. 

Atualmente, o gigante tem quatro anos e continua a fazer o trabalho de terapia, mas desta vez em várias instituições — muitas delas relacionadas ao exército. À revista “People”, a tutora afirmou: “Ele continuará a fazer este trabalho durante o tempo que quiser, desde que esteja feliz, animado e a gostar do que faz e das pessoas que visita.”

De seguida, carregue na galeria para conhecer o herói de quatro patas.

ÚLTIMOS ARTIGOS DA PiT