A história de Amália começa como muitas – demasiadas – outras. Fruto de uma ninhada de agosto, encontrada na rua em Casal de Cambra (concelho de Sintra), teve mais sorte do que outros gatos que nascem sem um lar: foi recolhida, com as duas irmãs, pela Tiara – associação Tiarama, na Amadora, que assim que soube da situação não hesitou no seu resgate.
A Tiara acolheu as três manas, às quais deu nomes de fadistas – Amália, Cuca Roseta e Carminho – e tudo parecia encaminhado para que todas tivessem o seu final feliz. Mas não foi o que sucedeu. “Mal podíamos imaginar que o fado de algumas destas meninas iria ser tão triste”, lamenta a associação, presidida por Carmen Piñera de Melo.
Em finais de outubro, três semanas após terem sido resgatadas, a Cuca Roseta morreu de repente. Foi pedida necropsia, cujo resultado ainda não foi entregue à associação, mas nenhuma das veterinárias que a tinha atendido viu qualquer sinal de alarme, explicou a Tiara. E as duas manas que restavam continuaram a crescer, alegres e saudáveis, tendo sido adotadas. Apesar da perda de Cuca, tudo se encaminhava para que Carminho e Amália vivessem uma vida plena. Não foi o que aconteceu.
Precisamente dois meses depois, em finais de dezembro, a Carminho morreu. Tinha sido devolvida pelos adotantes com o diagnóstico de PIF (Peritonite Infecciosa Felina) húmida e os tratamentos ainda foram iniciados, mas já era tarde e acabou por perder a vida.
E, para tristeza todos, também havia de chegar o triste diagnóstico para Amália – devolvida em inícios de janeiro. Mas Amália. que está com cinco meses de idade, ainda não tinha sintomas da doença, pelo que a associação ficou com esperança de, desta vez, ir a tempo. E é essa esperança que ainda hoje mantém.
“A vida feliz de Amália durou pouco tempo, pois apanhou PIF. Há um tratamento experimental, que consiste em levar injeções diárias, durante 84 dias, mas é muito caro”, explica uma voluntária da associação, Luísa Pereira, à PiT. Cada frasco de antiviral custa cerca de 70€ e para o peso atual da Amália dá para cerca de seis doses – mas, à medida que for aumentando de peso, o frasco dará para menos (por exemplo, há gatinhos adultos que gastam um frasco de 2 em 2 dias).
Juntando toda a restante medicação e os exames, a conta total vai para perto de 2.500€. Mas a associação não desiste e quer lutar por Amália até ao fim, já que tem havido excelentes resultados com este tratamento.
“Até agora só angariámos 300€ em ajudas. Mas ela já fez cerca de 15 injeções e já se notam diferenças. Já ganhou algum peso e já começou a comer”, diz Luísa.
Tratamento de Amália não pode ser interrompido
No entanto, o tratamento não pode parar e é por isso que todas as ajudas são bem-vindas – através de transferência de dinheiro ou da doação de ampolas da medicação necessária, já que por vezes sobram de tratamentos a gatos de outros tutores ou associações.
Para quem não está familiarizado, a PIF (que pode ser húmida ou seca) é uma doença causada pelo coronavírus felino e atinge sobretudo gatos mais jovens. O vírus pode afetar o trato respiratório e gastrointestinal, sendo uma doença bastante fatal. Mas agora este tratamento experimental tem vindo a dar esperança a muitos tutores e associações, já que há muitos casos em que o animal supera a doença – muitos deles relatados no grupo de Facebook Gatos com PIF Portugal e no grupo FIP Warriors Portugal, onde podemos encontrar muitas publicações de casos de sucesso.
Nestes grupos, aos quais tem de pedir adesão, cada caso é acompanhado com muito apoio aos responsáveis pelos gatos diagnosticados com PIF e sempre que um felino “supera a prova” é distinguido com um post especial.
Para Amália, também ainda há esperança. “Os adotantes não tinham capacidade financeira nem logística para tratar dela, pois tem de levar as injeções todos os dias à mesma hora”, explica Luísa Pereira à PiT. Mas a Tiara dispõe da capacidade logística necessária – e, com a ajuda de todos, a Amália poderá vir a ser uma gatinha com um longo futuro pela frente.
Se puder ajudar a Amália, pode fazê-lo através do IBAN (PT50 0035 0221 0000 8401 430 08), do MBWay (925 617 214 – a partir de 1 de fevereiro) ou Paypal (tiara.amadora@nullgmail.com). Também pode contactar a associação por email (o mesmo do Paypal) ou através de sms para o número do MBWay.
A história de Amália começa como muitas outras, que nem sempre acabam bem, mas as suas protetoras estão a fazer tudo para que termine da melhor forma.
Percorra a galeria para conhecer melhor esta gatinha, nascida em agosto do ano passado, que espera que o seu fado não seja triste.