Saúde

As mudanças no seu cão com a idade: é tudo velhice ou há algum problema de saúde?

Uma investigação britânica concluiu que muitos tutores não sabem distinguir entre sinais de envelhecimento e patologias.
Aprenda a ler os sinais.

A esperança média de vida do ser humano tem vindo a aumentar de forma consistente. Em 1950, o mundo tinha uma expectativa de vida de 47,1 anos; em 2023 já é de 73,4 anos e estima-se que continue a subir, podendo ser de 82,1 anos em 2100. Com os animais de companhia não é diferente: os pets têm agora o dobro do tempo de vida de há 40 anos. Mas sabe distinguir entre sinais de velhice e de doença?

A contribuir para a maior longevidade dos nossos animais estão os avanços na medicina veterinária, na composição das rações e também nos cuidados que lhes são prestados, sendo também importante o facto de cada vez mais pessoas os considerarem como membros da família e estarem mais atentos ao seu bem-estar.

No entanto, um estudo recente levado a cabo por investigadores veterinários da Universidade de Liverpool, no Reino Unido, constatou que os donos de cães precisam de uma maior orientação sobre quais os sinais comportamentais e físicos que fazem parte de um normal processo de envelhecimento e os que poderão ser um indicador de um sério problema de saúde.

O estudo, intitulado “Just Old Age” (É apenas da idade) e publicado na revista científica “Journal of Small Animal Practice”, identificou igualmente lacunas relevantes na comunicação entre os veterinários e os donos de cães.

São estas as principais conclusões do estudo, que se insere no projeto de investigação Old Age Pets – financiado pela British Small Animal Veterinary Association (BSAVA) Pet Savers.

Os investigadores conduziram entrevistas junto de donos de cães e de profissionais da área veterinária, tendo analisado expectativas, experiências e atitudes perante o envelhecimento dos cães, incluindo tratamento e cuidados de saúde preventivos, bem como um entendimento geral das mudanças normais e anormais durante o processo de envelhecimento.

Nem tudo é da velhice

“Os resultados do nosso estudo revelam que as mudanças relacionadas com a idade – observadas pelos tutores – foram sobretudo entendidas como ‘é apenas da idade’, pelo que vemos que estão a ser perdidas oportunidades de educar os tutores sobre que sinais comportamentais e físicos representam um envelhecimento normal e ‘saudável’ e sobre o que é patológico. E isto devido à falta de tempo, formação e, nalguns casos, motivação”, diz a investigadora Lisa Wallis, e uma das autoras do estudo, no comunicado da universidade.

Já Carri Westgarth, outra das investigadoras deste estudo, sublinha a necessidade de maior comunicação entre donos e veterinários. “Como a maioria dos tutores não se sente preparado para o envelhecimento dos seus cães, a possibilidade de um menor bem-estar nos cães seniores aumenta. Foram identificadas grandes lacunas – na comunicação entre donos de cães e profissionais de veterinária – que precisam de uma intervenção urgente”, aponta.

Para colmatarem essas mesmas lacunas, e ajudarem os tutores a perceber melhor se os sinais que os seus patudos revelam são de simples velhice ou são de doença, os investigadores e a BSAVA lançaram o BSAVA PetSavers Ageing Canine Toolkit, que visa ajudar nesse sentido. Para que os nossos cães possam ter, cada vez mais, uma melhor qualidade de vida – e uma vida mais longa.

A britânica Caroline Wilkinson, especialista em comportamento canino, elaborou, em sete tópicos, aquilo a que chama os “sim” e “não” no que toca aos cuidados que devemos ter com um cão na sua velhice. Percorra a galeria para saber quais são.

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