Mais de um mês depois do violento sismo que assolou parte da Turquia e da Síria, e das réplicas também bastante fortes que se seguiram, ainda há organizações de defesa animal nos dois países a tentar resgatar animais com vida. É o caso da Breaking the Chains International – que continua a salvar cães e gatos diariamente na cidade turca de Hatay.
“Mais de quatro semanas depois do sismo, ainda estamos a conseguir resgatar com vida uma média de cinco animais por dia. São animais que ficaram presos nos edifícios”, diz à PiT a vice-presidente da operação francesa da organização, Nadège Coutin.
Embora um animal sobreviva muito mais tempo do que um ser humano, nestas condições, como é possível que ainda haja cães e gatos a serem retirados com vida de dentro de casas destruídas? Nadège explica: “Apesar de não terem uma fonte primária de comida, eles estão a sobreviver por conseguirem ter acesso a alimentos que estavam nas cozinhas e que se espalharam com os abalos dos sismos”.
E as mazelas psicológicas também estão a ser superadas. “Os animais que temos encontrado estão, de um modo geral, de boa saúde e pouco desidratados, mas mostram-se traumatizados e assustados. Mas após alguns dias de regresso à normalidade, têm recuperado rapidamente”, diz Nadège à PiT.
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A Breaking The Chains International, especializada em retirar animais de todas as espécies de condições árduas e perigosas em todo o mundo, foi fundada por um veterano do exército britânico, Tom S-N, que fez da sua missão de vida tornar o mundo um melhor lugar para todos. E é na Turquia que está desde o sismo, onde resgata agora diariamente cães e gatos – sobretudo gatos –, para grande felicidade das suas famílias.
“No dia em que se deu o catastrófico sismo, a 6 de fevereiro, as nossas equipas estavam na Ucrânia a entregar bens essenciais aos necessitados nas zonas de conflito. Assim que tivemos conhecimento da magnitude do sismo (7,8 na escala de Richter), sabíamos que era preciso enviar uma equipa para ajudar”, conta Nadège Coutin.
E desde o primeiro dia que este esforço deu frutos. “Assim que lá chegou, o principal foco da nossa equipa foi socorrer as pessoas ainda vivas que se encontravam presas nos escombros, já que a sua janela de sobrevivência é muito mais curta do que a dos animais, sendo normalmente de cinco a sete dias. Quando essa janela se fechou, começámos a resgatar os animais que estavam presos dentro dos edifícios destruídos”, explica.
“Continuamos a resgatar animais na Turquia todos os dias e continuaremos a fazê-lo enquanto for possível. Ainda ontem [7 de março] ajudámos no resgate de um gato preso num edifício colapsado. Há animais ainda vivos, a precisarem de socorro e do apoio contínuo de todos”, remata a vice-presidente da Breaking the Chains France.
Percorra a galeria para ver em ação a equipa STAR (Specialist Tactical Animal Rescue) desta organização e alguns dos muitos animais que tem resgatado diariamente.