Saúde

Cães de companhia conseguem farejar a doença de Parkinson com precisão de 90%

Um estudo, que durou dois anos a fazer, concluiu agora que os animais podem ser treinados para detetar a doença nos tutores.
São os nossos melhores amigos.

Uma investigação científica concluiu que os cães de companhia podem ser treinados para farejar a Parkinson, uma doença degenerativa que geralmente começa a manifestar-se através do tremor constante de um dos membros do corpo. Os canídeos estão a ser analisados desde 2016, mas os resultados recentes dizem respeito ao período de dois anos, entre 2020 e 2022.

Durante 200 sessões, 23 cães de diferentes raças, tamanhos, idades e ambientes participaram da investigação preliminar que decorreu entre os dois anos, mas que só agora foi partilhada na plataforma científica bioRxiv. A pesquisa faz parte do projeto PAD’s for Parkinson’s um programa de estudos sobre a doença que teve o seu início há cerca de oito anos no laboratório de Cold Spring, em Nova Iorque, Estados Unidos.

Todos os 23 cães apresentaram um resultado de 89 por cento “sensíveis à doença de Parkinson (DP)” e uma precisão de 87 por cento “para uma distinção olfativa entre análises de doadores humanos positivos e negativos para a DP”. Entre estes, dez tiveram uma média de 90 por cento ou superior, tanto em sensibilidade quanto em especificidade.

Sem ter qualquer contacto anterior com as análises positivas e negativas apresentadas, os animais foram apresentados a ambas em 161 casos separados. Na prática, farejaram T-shirts com as quais os pacientes (saudáveis e doentes) dormiam ou um cotonete com o odor das costas e do pescoço dos indivíduos.

“Este estudo fornece evidências adicionais de um ou mais compostos orgânicos voláteis no sebo de pacientes positivos para DP que podem ser detetados pelos cães”, lê-se no documento. “Resumidamente, os resultados apoiam a aplicação de cães de companhia treinados para a triagem de análises positivas negativas, nas quais o número é limitado e os cães são trabalhados em intervalos curtos, seguidos de treinos de recuperação”.

A descoberta promissora poderá ajudar a diminuir a taxa de erros de diagnósticos, que atualmente varia entre 10 a 20 por cento. O estudo deverá agora ser revisada por um grupo de cientistas antes de ser publicado oficialmente. Foi ainda analisado o sexo dos doadores das amostras, as raças dos animais, idade, tempo no programa e treino.

Atualmente, muitos canídeos já são treinados e usados para detetar doenças e condições como diabetes, narcolepsia, convulsões stress, ansiedade e até mesmo alguns tipos de cancro.

Carregue na galeria para conhecer Winston, o Corgi de alerta médico que prevê as convulsões da tutora e já esteve em mais de 10 países.

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