Os parasitas andam sempre à procura de hospedeiros para se alimentarem e propagarem. E há um, semelhante a uma lombriga, que se aloja no coração dos animais e exige intervenção veterinária o mais rapidamente possível.
Quando o parasita se instala, estamos perante um quadro de dirofilariose, uma doença parasitária (também conhecida como doença do verme do coração) que afeta frequentemente o sistema cardiorrespiratório da espécie canina – e também da felina, mas com menos incidência, explica à PiT o cardiologista Hélio Duarte de Oliveira, fundador da HD CardioScan.
“Há relatos de casos de infeção noutras espécies, em particular a humana, mas é muito raro”, acrescenta o médico veterinário, explicando que a doença é causada pelo parasita dirofilaria immitis – “que é um nematode e que tem um ciclo de vida relativamente longo, de cerca de sete a nove meses”.
O parasita “está neste momento distribuído por todo o mundo e no nosso país temos várias zonas endémicas, com destaque para a região da Figueira da Foz e Ilha da Madeira, onde é classificado como hiperendémico”, aponta o profissional.
Segundo Hélio Duarte de Oliveira, “as alterações climatéricas e ambientais têm promovido a distribuição do grupo de mosquitos que podem funcionar como vetores, de especial importância o Anopheles spp (vulgar mosquito transmissor da malaria), Culex spp e Aedes spp (vulgar mosquito transmissor do dengue)”.
E há algo que se possa fazer para protegermos os nossos animais? Felizmente sim. “É muito importante a fumigação de áreas de mosquitos, a utilização de repelentes de mosquitos nos animais de companhia e a prevenção desta doença, principalmente em regiões com maior prevalência, sendo a taxa de eficácia dos produtos disponíveis no mercado – aplicados como preventivos – próxima de 100 por cento”, afirma o cardiologista.
Sintomas, diagnóstico e tratamento
Os principais sinais clínicos da dirofilariose são cansaço, tosse, dificuldade respiratória, epistaxis [hemorragia nasal] e dilatação do abdómen, explica Hélio Duarte de Oliveira.
Para se ter a certeza, há que ir ao veterinário “e o diagnóstico é relativamente simples: análises sanguíneas”.
“Já o tratamento é complexo e longo – dura cerca de um ano – e a taxa de sucesso depende muito da carga parasitária, idade do animal, repouso durante o tratamento e fase da doença”, diz.
Por isso, se o seu cão apresenta algum destes sintomas, não espere. Se estiver com dirofilariose canina, os tratamentos devem começar o quanto antes.
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