Quem considera o seu animal de companhia um membro da família sabe que tem uma responsabilidade para a vida. E se tudo correr bem, serão ainda alguns bons anos aqueles que passarão juntos. Mas os cuidados a ter não são sempre os mesmos. No caso dos cães, por exemplo, tal como acontece com os seres humanos, há mais atenções a ter com o passar da idade – porque algumas das suas necessidades também se alteram à medida que vão envelhecendo. James Greenwood, um reconhecido veterinário no Reino Unido, e Caroline Wilkinson, especialista em comportamento canino, partilham os seus conselhos.

Para os dois profissionais britânicos, é importante manter o seu cão mentalmente estimulado – e não pense que é por ele estar mais velho que não consegue aprender truques novos. “Ensinar ao seu patudo sénior novos truques é benéfico para o manter saudável e feliz nos seus anos dourados”, diz Caroline Wilkinson. O que ajuda também a combater a demência.

No entanto, não espere que ele corra longas distâncias, tenha cuidado com o piso escorregadio e não o “substitua” demasiado cedo. Pois, é isso mesmo – há uma lista do que deve e não deve fazer com o seu amigo de quatro patas à medida que ele envelhece.

James Greenwood sublinha, em conselhos no canal SWNS Digital, a importância de não nos esquecermos que o ciclo de vida de um cão é muito mais rápido do que o de uma pessoa. Por isso, poderá sentir-se satisfeito ao fazer passeios longos, de mais de 60 minutos, e o seu patudo já ter passado essa fase.

Num estudo encomendado pela marca de alimentação natural para cães Forthglade, conduzido junto de dois mil tutores de cães, constata-se que 43 por cento dos donos acham que os seus animais não conseguem aprender truques novos. Nada mais errado. Além disso, 31 por cento diz que continua a tratar o seu cão sénior da mesma maneira que quando ele era cachorro – o que também não deve ser feito.

Nesse mesmo estudo, 93 por cento dos donos reconhecem a importância de manter o seu cão mentalmente estimulado para que o seu cérebro continue ativo. E isso é possível. “Podemos ensinar-lhes novas coisas, conseguindo assim continuar a oferecer-lhe estímulos mentais e reduzindo, dessa forma, o seu declínio cognitivo”, salienta Caroline Wilkinson.

Se envelhece com qualidade, o bem-estar é geral

No que diz respeito ao exercício, 25 por cento dos donos – segundo os dados da empresa de estudos de mercado OnePoll – consideram que os cães seniores devem ser passeados meia hora por dia, em média. Sobre isso, James Greenwood acrescenta: “à medida que um cão envelhece, é importante continuar a mantê-lo ativo, mas certifique-se de que o faz à medida das suas próprias capacidades”. “Se começar a surgir rigidez articular ou problemas de mobilidade, fale com o médico veterinário porque há muita coisa que pode ser feita para o manter ativo”, aponta ainda Greenwood.

Mas há mais cuidados a ter. “Para manter um patudo sénior de boa saúde, a alimentação de qualidade tem de estar no topo da lista. Tal como acontece connosco, uma dieta nutritiva melhora a sua saúde física a longo prazo. E atendendo a que o estômago é o segundo cérebro, isso também influencia o que o cão sente”, refere Caroline Wilkinson. “Se lhe dermos uma boa alimentação, o cão vai sentir-se mais feliz, relaxado e saciado, além de que se sentirá bem fisicamente – tendo energia para brincar”, frisa a especialista em comportamento canino.

Caroline Wilkinson elaborou, em sete tópicos, aquilo a que chama os “sim” e “não” no que toca aos cuidados que devemos ter com um cão de mais idade. Percorra a galeria para saber quais são.