Quando se está a fazer a transição alimentar de um gato, há vários cuidados a ter. Por isso, se estiver na fase de introdução de comida para adulto ou se – devido a doença, por exemplo – precisa de lhe mudar a dieta, um ponto importante é que deve fazê-lo sempre de forma gradual. Mas e se o gato não aceitar bem o novo regime? E deve ser dado apenas alimento seco? A médica veterinária Leonor Valente dá-nos as respostas.
“Alguns gatos podem ter receio de comer um novo alimento. Este comportamento de aversão é designado por neofobia e pensa-se que poderá ser um comportamento instintivo de proteção contra a ingestão de alimentos contaminados ou tóxicos. É por este motivo que é melhor introduzir novos tipos de alimento gradualmente, reduzindo assim quaisquer potenciais fatores de stress para evitar a aversão ao novo alimento”, sublinha à PiT a médica veterinária, doutorada em comportamento e bem-estar animal.
Nestes casos em que o gato mostra relutância à mudança, “o período de transição pode ser prolongado além dos sete dias normalmente recomendados, a fim de o tornar o mais progressivo possível”, aponta. E isto sempre sem se esquecer de procurar a opinião de um veterinário para uma dieta que atenda às suas necessidades nutricionais.

Sobre a dieta adequada, por vezes também surgem dúvidas. Há quem diga que um gato não deve comer apenas alimentação húmida – e é mesmo assim? “Desde que seja um alimento completo, equilibrado e adaptado às suas necessidades (idade, estilo de vida, sensibilidades, etc.), um gato pode comer apenas alimentos húmidos ou apenas alimentos secos”, explica Leonor Valente, que é responsável pela comunicação científica da Royal Canin Ibéria.
Alimentação húmida é importante pela água que fornece
No entanto, salienta, “a recomendação é de que, mesmo consumindo preferencialmente uma dieta seca, a alimentação húmida faça parte da sua dieta, uma vez que ajuda a fornecer ao seu gato a água extra que não só o mantém devidamente hidratado como também reduz a probabilidade do surgimento de problemas de saúde em órgãos como os rins ou o trato urinário inferior”.
E a que sinais deve um tutor estar atento para perceber que algo pode não estar a funcionar bem, podendo haver problemas de saúde que exijam um tipo de ração específica? “Se for o alimento adequado do ponto de vista nutricional, o gato terá bom aspeto da pelagem, terá um peso saudável – desde que a porção diária seja respeitada – e as fezes terão uma consistência normal”, diz Lenor Valente.
No entanto, “devemos consultar o nosso médico veterinário se o gato apresentar mudanças no apetite, vómitos ou diarreia, perda ou ganho de peso repentinos ou se houver alterações de comportamento – começar a coçar-se mais do que o habitual, mudar a rotina de utilização da caixa de areia… –, pois isso pode ser indicativo de algum problema adicional”, aconselha. “Pode tratar-se de sinais de doença que podem necessitar de uma dieta específica, especificamente formulada para proporcionar benefícios particulares”, acrescenta a médica veterinária.
Percorra a galeria para saber ao que deve estar atento na alimentação do seu gato e no seu estado geral de saúde.