Para os amantes de cães, é praticamente impossível passar por um cão na rua e não o cumprimentar. E essa pequena interação pode melhorar drasticamente o dia de ambos. Já os benefícios para a saúde ficam para a vida inteira.

Nancy Gee, professora de psiquiatria e diretora do Center for Human-Animal Interaction da Universidade Virginia Commonwealth, já tinha constatado essa felicidade imensa que sentia após dar festas aos cães que encontrava na rua. Então, decidiu perceber se isso só acontecia com ela ou se o sentimento também se estendia a outras pessoas.

Desta forma, pegou em diversos estudos realizados ao longo dos anos e analisou-os. No final, chegou à conclusão de que apenas cinco minutos podiam fazer a diferença: “É seguro dizer que os animais são ótimos para a nossa saúde física e mental”, garantiu à National Public Radio (NPR), esta quinta-feira, 3 de agosto, nos Estados Unidos.

A professora concluiu, então, que os níveis de cortisol, a hormona ligada ao stress, baixavam drasticamente após uma interação entre cinco a 20 minutos com cães. Além disso, este curto cumprimento estará também ligado ao aumento da produção de ocitocina, também chamada de “hormona do amor”.

E os humanos não são os únicos a beneficiar destes pequenos encontros: “O que eu mais amo nesta investigação é que resulta para os dois lados. Vemos o mesmo acontecer nos cães, em que os seus níveis de ocitocina aumentam quando interagem com humanos”, descreveu Nancy Gee.

Já não é novidade que os cães trazem diversos benefícios à vida dos seus donos, melhorando o seu coração e a sua atividade física — muito motivada pelos passeios regulares. Mas Nancy Gee quis focar-se nas pessoas que, apesar de não terem animais de estimação, costumam ter curtas interações com os de outras.

Sendo assim, e sabendo que tal “nunca seria benéfico para todos”, visto que há pessoas que não se conectam com cães, começou por pedir a miúdos de uma escola do Reino Unido, com idades entre oito a nove anos, para terem, pelo menos, duas interações por semana com animais.

Ao fim de um mês, percebeu que, além da diminuição de stress já verificada, havia um aumento cognitivo, que fazia com que retivessem melhor a matéria ensinada nas aulas e com que se mantivessem concentrados durante mais tempo.

Nancy Gee não é a única a estudar este tipo de comportamentos. Megan Mueller, professora assistente na Cummings School of Veterinary Medicine na Universidade de Tufts, também tem realizado diversas pesquisas nesse ramo. E chegou à conclusão de que tudo se deve a uma forma de vida, assente na frase “Carpe Diem” (“Aproveita o Dia”, em latim).

“Os animais, em particular os cães, vivem no momento. Eles apreciam o ambiente que os rodeia e não mencionam problemas que aconteceram no início do dia. Não pensam no futuro e vivem apenas no presente”, percebeu. S

egundo a professora, esse estado de vida acaba por contagiar os humanos, levando-os a viver da mesma forma.

Mesmo não falando, os cães têm uma capacidade fora do comum de se conectar com as pessoas, trazendo diversos benefícios para a sua saúde. Carregue na galeria para conhecer outros além dos referidos acima.