Saúde

Há cinco “assassinos silenciosos” dos gatos. Descubra quais são

A veterinária Justine Lee diz quais são os sinais clínicos a que deve estar sempre atento. Uma rápida prevenção faz diferença.
Esteja atento a sinais anormais.

Se tem um gato em casa, há algumas recomendações simples para cuidar bem dele: mantenha-o num ambiente seguro (deixe-o dentro de casa), alimente-o com comida de alta qualidade, não se esqueça dos cuidados preventivos (um check up anual, pelo menos), providencie formas de ele fazer exercício e dê-lhe muita atenção.

Estes são os conselhos médica veterinária norte-americana Justine Lee, fundadora e presidente da VETgirl, um serviço de webinar e podcast, por assinatura, onde pode aprender continuamente sobre novos temas ligados à saúde animal.

Ao seguir estes conselhos básicos, poderá ajudar o seu felino a manter-se saudável durante muitos anos. Mas, enquanto protetor do seu bichano, deve estar também consciente de cinco “assassinos silenciosos” que podem surgir a qualquer momento, adverte a veterinária na plataforma “Pet Health Network”.

Ao conhecer esses perigos mais comuns, conseguirá saber a que sinais clínicos deve estar mais atento. Na maioria destas doenças, quanto mais depressa reconhecer esses sinais, mais rapidamente os veterinários os poderão tratar.

Quais são, então, esses cinco “assassinos silenciosos”?

1. Insuficiência renal crónica

Este é um dos principais assassinos silenciosos dos gatos. Quando tem insuficiência renal crónica, isso significa que 75 por cento de ambos os rins não funcionam.

Os sinais clínicos incluem: beber água excessivamente, urinar em demasia, aglomerados maiores na caixa de areia, perda de peso, mau hálito e letargia, dando-se também muitas vezes o caso de começarem a esconder-se.

A boa notícia é que, com uma gestão adequada da doença, os gatos podem viver com ela durante anos.

2. Hipertiroidismo

O hipertiroidismo é uma doença endócrina e surge quando a glândula tiroide produz demasiadas hormonas da tiroide. Acontece em gatos de meia idade e seniores e pode resultar em sinais clínicos muito semelhantes aos da insuficiência renal crónica.

Esses sinais são: sede excessiva, aumento da ingestão de água e mais idas ao WC para urinar, vómitos e diarreia, bem como perda de peso.

Uma vez que o hipertiroidismo acelera o metabolismo dos gatos, há um outro sinal revelador: um apetite voraz, apesar da perda de peso. Pode também resultar numa aceleração do batimento cardíaco e hipertensão severa.

Felizmente, o tratamento para esta doença é muito eficaz e pode incluir medicação, remoção cirúrgica das glândulas tiroideias (menos comum), uma dieta especial ou terapia com iodo radioativo 131l. Quanto mais depressa se tratar o hipertiroidismo, menos potencial existirá de efeitos secundários.

3. Diabetes mellitus

Outra assassina silenciosa é a diabetes mellitus (DM). Atendendo a que a maioria dos gatos têm muitas vezes excesso de peso ou são mesmo obesos, correm um maior risco de vir a ter DM.

Com a diabetes o pâncreas deixa de conseguir secretar quantidades adequadas de insulina (DM tipo 1) ou há uma resistência à insulina (tipo 2). A insulina é uma hormona natural que transporta o açúcar (ou seja glucose sanguínea) para as células. Dado que as células anseiam por glucose, o organismo produz mais e mais glucose, provocando hiperglicemia (elevados níveis de açúcar no sangue).

Os sinais clínicos mais comuns são muito semelhantes aos que se observam na insuficiência renal crónica e são: sede e micção excessivas, aglomerados maiores na caixa de areia, excesso de peso ou obesidade com perda de massa muscular, ou perda de peso, diminuição do apetite, letargia ou fraqueza e respiração anormal, podendo também andar de forma não habitual (mais rente ao chão).

O tratamento pode ser dispendioso e requer injeções de insulina duas vezes por dia. Também obriga a mudanças no regime alimentar e frequente monitorização dos níveis de açúcar no sangue. Com uma boa gestão dos cuidados, os gatos podem dar-se bem, mas quando se desenvolvem complicações as coisas podem ser piores e o seu felino correr risco de vida.

4. Doença cardíaca

A doença cardíaca é muito frustrante, tanto para os tutores do gato como para os veterinários. E isto porque nem sempre há um sopro cardíaco – ao contrário do que acontece nos cães, em que esse sopro é bem audível. Com efeito, estima-se que em 50 por cento dos gatos com doença cardíaca, ela não seja identificável através da auscultação com um estetoscópio.

Entre os sinais clínicos incluem-se o sopro cardíaco, um ritmo cardíaco anormal, colapso, síncope, dificuldade em respirar, respiração com a boca aberta, paralisia repentina, dor súbita e gengivas azuladas.

Assim que a doença seja diagnosticada, o tratamento pode incluir cuidados de emergência com terapia de oxigénio, diuréticos e medicação para o coração.

5. Cancro

Atendendo a que os cães e gatos estão a viver mais tempo, os veterinários estão a assistir a mais casos de cancro. O tipo de cancro mais comum nos gatos é o gastrointestinal, muitas vezes devido a um linfossarcoma.

Os sinais clínicos são perda de peso, deixar de comer, vómitos, diarreia, dificuldade em respirar, distensão abdominal, fraqueza, letargia, febre e mal-estar geral.

Quando diagnosticado, o prognóstico de cancro é fraco. Por essa razão, quanto mais cedo se aperceber dos sinais clínicos, mais depressa pode ser feito o diagnóstico e dar.se início aos tratamentos.

Sublinhe-se que também há emergências comuns que podem levar à morte nos gatos, como traumatismos, obstruções urinárias e envenenamento. Sempre que esteja em dúvida, leve-o a um veterinário. Isso pode salvar-lhe a vida.

Percorra a galeria para saber a que sinais clínicos em geral deve estar atento.

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