Há doenças e maleitas que atingem os nossos animais de companhia, sem que nada possamos fazer para o impedir. Por uma questão genética, por acidente, pela idade ou por outro qualquer motivo. No entanto, há formas de prevenir alguns problemas e a desparasitação interna é uma delas.
Não são apenas os cães que devem fazer desparasitação interna. É também muito importante que os gatos não sejam esquecidos. Em algumas zonas da Europa, os vermes redondos (ascarídeos) e a dirofilariose (a chamada lombriga do coração) têm uma elevada incidência e podem causar doença grave nos gatos, sendo o Toxocara cati (T. cati) o parasita interno mais comum nestes animais de companhia, alerta a a MSD Animal Health.
Vários estudos apontam para este parasita como um dos mais prevalentes nos gatos em Portugal, representando também um risco zoonótico, pelo que todo o cuidado é pouco – já que a zoonose é uma doença infeciosa naturalmente transmissível dos animais para os seres humanos.
Sem desparasitação não está protegido
“A proteção contra infeções por parasitas gastrointestinais é essencial para manter os gatos e as suas famílias saudáveis, pelo que a desparasitação interna deve fazer parte integrante de uma tutoria responsável”, afirma Inês Barbosa, técnica científica na MSD Animal Health Portugal. “O tratamento adequado dos gatos é um desafio que requer uma abordagem única, e são alguns os motivos pelos quais os tutores podem não estar a proteger convenientemente os seus animais de companhia, nomeadamente a dificuldade no tratamento e a falta de adesão à terapêutica”, acrescenta.
E quais são os potenciais problemas que podem surgir? No caso do parasita Toxocara cati, os gatos infestam-se pela ingestão de larvas presentes no leite materno, em roedores, carne mal cozinhada e/ou via ingestão de ovos presentes no ambiente, explica a MSD Animal Health. Já a infeção de humanos (por T. canis ou T. cati) pode ocorrer “após a ingestão de ovos infetantes presentes no ambiente ou pela ingestão de carne mal cozinhada, contendo larvas, podendo ter sérias consequências para a saúde humana”.
No caso da dirofilariose, disseminada por mosquitos (de cães infetados para outros cães ou gatos), o parasita Dirofilaria immitis aloja-se no coração ou nos grandes vasos sanguíneos adjacentes. “O parasita do coração encontra-se maioritariamente nos países do sudoeste da Europa, como França, Grécia, Itália, Portugal, Roménia, Eslovénia e Espanha, sendo que a sua disseminação está a ocorrer devido a vários fatores, que incluem as alterações climáticas e as deslocações dos animais”, aponta a unidade de negócio dedicada à saúde animal da MSD.
Desparasitação traz muitos benefícios
Mas há mais parasitas que podem fazer mal aos nossos gatos quando eles não estão devidamente desparasitados. É o caso do verme de corpo achatado, transmitido por pulgas (Dipylidium caninum), que é bastante comum – sendo que os gatos se infetam quando ingerem pulgas infetadas.
Já as infestações pela ténia da raposa (E. multilocularis) são raras, pelo que os gatos não têm um papel epidemiológico significativo na transmissão destas ténias – que representam risco para a saúde humana.
A MSD Animal Health em Portugal sublinha a importância de manter o gato desparasitado durante todo o ano e de, nesse sentido, ir ao médico veterinário. “Atualmente, existem produtos que ajudam a prevenir a presença destes parasitas, através de pipetas, que são muito mais fáceis de aplicar, não causam desconforto ao gato e proporcionam segurança aos animais e às pessoas com uma abordagem de Saúde Única”, salienta.
Assim, já sabe: se quer manter o seu bichano saudável, e ao mesmo tempo proteger toda a família, não se esqueça de o desparasitar. Percorra a galeria para saber mais sobre algumas raças de gatos.