Saúde

Dieta de carne crua pode ser prejudicial para o seu cão — e para si

Os patudos podem ser infetados com bactérias resistentes a antibióticos e transmiti-las também às pessoas.
Carne crua pode fazer-lhe mal.

Alimentar o seu cão com carne crua pode colocar o seu patudo — e a si — em risco, já que esta poderá conter estirpes de bactérias resistentes aos antibióticos. É esta a conclusão de dois estudos britânicos realizados por investigadores da Universidade de Bristol.

O estudo mais recente, publicado a 21 de julho no “Journal of Antimicrobial Chemotherapy”, analisou cães adultos e constatou que as fezes de cães que comem carne crua apresentam maior probabilidade de conter a bactéria Escherichia coli (E.coli) — que é resistente aos antibióticos.

Estas conclusões vieram validar o estudo publicado no mês passado na revista “One Health”, que se baseou na investigação levada a cabo pela mesma equipa de investigadores britânicos junto de cachorros com apenas 16 semanas de vida.

Ambos os estudos, que usaram dados de cães diferentes, concluem que as fezes dos patudos podem conter bactérias resistentes, independentemente da idade que tenham e de há quanto tempo têm um regime alimentar assente em carne crua.

O ambiente em que vive um cão que come carne crua também tem o seu peso na maior ou menor probabilidade de ele fazer necessidades com bactérias resistentes.

Os investigadores sublinham que alimentar um cão com carne crua é um forte fator de risco para os patudos que vivem no campo. Mas, para os cães citadinos, os fatores de risco são muito mais complexos, possivelmente devido à variedade de estilos de vida desses patudos.

Os dois trabalhos científicos envolveram um total de 823 cães (223 cachorros no primeiro estudo e 600 cães adultos no segundo estudo) e os seus donos, que responderam a um questionário acerca dos seus cães, do tipo de comida que ingeriam e do ambiente em que viviam — e que forneceram amostras de fezes dos seus patudos.

Essas bactérias, como a E.coli e a Listeria, além de colocarem a saúde do cão em risco, também constituem um perigo para os tutores — já que podem ser transmitidas do animal para o dono nas interações do dia a dia.

“Quando os animais da quinta são mortos para servirem de alimento, as bactérias que transporta nos intestinos contaminam frequentemente a carne”, sublinha Mattew Avison, co-autor do estudo e professor de bacteriologia molecular na Universidade de Bristol. “Se um cão come essa carne sem ser cozinhada, as bactérias podem acabar por colonizar os seus intestinos”, acrescentou o professor à plataforma online “Today”.

E o que acontece a partir daí? “Isso pode levar a que os cães mais tarde adoeçam ou que transmitam as bactérias a outras pessoas, como por exemplo os donos”, adverte Avison.

Percorra a galeria para saber mais sobre a alimentação dos cães com carne crua.

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