Saúde

Doença renal crónica é muito comum nos gatos. O que fazer nestes casos?

Veterinário André Santos fala sobre sintomas, diagnóstico e cuidados a ter para que o seu bichano tenha melhor qualidade de vida
Beber mais água pode ser um sintoma.

Os nossos amigos de quatro patas podem sofrer de muitos dos mesmos problemas de saúde que nós. Mas há alguns males que surgem com mais frequência em determinada espécie ou raça. É o caso da doença renal crónica, que é muito comum nos gatos. E porquê?

O médico veterinário André Santos, do Hospital Veterinário do Restelo, que partilha dicas e vídeos sobre os cuidados a ter com os pets, fez uma publicação no seu Instagram precisamente sobre este assunto.

Num vídeo com cerca de um minuto e meio, André Santos começa por falar sobre o papel dos rins, sublinhando que “são órgãos extremamente importantes em todos os mamíferos”. E isto porque “ajudam no controlo hormonal, na pressão arterial, eliminam toxinas, ajudam no equilíbrio de iões e ácido base e ajudam na produção urinária”.

E por que razão é a doença renal crónica tão comum em gatos? “Não há uma razão totalmente conhecida para isso”, aponta o especialista. Mas há fatores que contribuem e André Santos deixa algumas pistas: “o facto de não gostarem de beber água, o facto de haver uma predisposição genética em algumas raças – como é o caso do Siamês, Persa e Maine Coon –, o facto de viverem mais tempo e a velhice ajudar no desgaste renal, tudo isto pode ajudar a uma doença renal crónica”.

“Os gatos têm também uma baixa quantidade de nefrónios, que é a unidade estrutural do rim, o que pode contribuir para a degenerescência crónica deste órgão”, frisa o médico veterinário, que conta com mais de 471 mil seguidores no Instagram.

E quais são os sintomas que um gato pode apresentar se tiver doença renal crónica? André Santos enumera os principais: “inapetência (falta de apetite), vómitos, perda de peso e – o mais comum – fazer muito xixi e beber muita água”. Também a desidratação é um dos sinais a que estar atento.

Avaliar a função renal

Perante a suspeita de que o bichano lá de casa poderá ter esta doença, há que ir ao médico veterinário para um diagnóstico – e, para tal, terão de ser feitas análises ao sangue e urina, bem como ecografia abdominal.

Confirmada a doença, há que atuar. “O tratamento em casos agudos é feito no hospital. Já o tratamento em casos crónicos é feito em casa, com soro na veia ou subcutâneo, uma dieta apropriada, controlo da pressão arterial e controlo da perda de proteína pelo rim”, explica André Santos. Sem esquecer as vitaminas e a reposição eletrolítica.

“Não é possível evitar a doença renal, mas é possível diagnosticá-la precocemente. E o diagnóstico precoce ajuda muito a ter uma melhor qualidade de vida, por muitos anos”, salienta o especialista. “Fale com o seu médico veterinário e faça check-ups periódicos”, aconselha.

Percorra a galeria e saiba mais sobre algumas raças de gatos.

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