São sete anos de existência. Desde então, muita água correu. Há quem continue a associar o grupo de defesa animal a práticas que sempre considerou difamatórias, há quem lhes reconheça uma evolução – “Cresceram. Já não são os jovens cheios de testosterona e de cara tapada dos primeiros tempos” – e há os que, desde sempre, aplaudiram as suas intervenções. Polémicas à parte, o grupo Intervenção e Resgate Animal (IRA) assinalou na quarta-feira, 20 de setembro, o seu 7.º aniversário, com uma legião de seguidores e vários protocolos de parceria assinados junto de autoridades de relevo no país.
Mas o dia não foi só de celebração, tendo havido lugar a mais um resgate. A meio da tarde chegava o alerta do grupo de defesa animal: “Denúncia para um Pastor Alemão ferido no separador central da 2.ª Circular, junto ao Aeroporto de Lisboa”.
“Segundo várias pessoas, o animal encontrava-se junto às faixas de rodagem onde as viaturas circulam com alguma velocidade. Rapidamente mobilizámos duas equipas para o local e solicitámos o apoio da Polícia de Segurança Pública para o corte total da circulação nos dois sentidos, de forma a procedermos à captura do animal e salvaguardando a sua integridade e dos condutores”, escreveu o IRA no Instagram.
Pouco depois, chegava a atualização, com a notícia que todos ansiavam. O animal – uma cadela à qual deram o nome de Flórida – estava a salvo. “Numa operação conjunta com a 2ª. Divisão Policial – PSP Olivais Sul, o Comando Metropolitano de Lisboa, Bombeiros Voluntários de Camarate e IRA, foi interrompida momentaneamente a circulação nos dois sentidos, junto ao Aeroporto de Lisboa, para o resgate de um canídeo ferido no separador central da 2ª Circular. Após o corte total daquele eixo rodoviário foi possível proceder à captura de um Pastor Alemão gravemente ferido (possível vítima de atropelamento) e transporte urgente para o hospital veterinário mais próximo”, escreveu o IRA na descrição do vídeo do resgate.
“O animal encontra-se agora internado em unidade hospitalar. Estava indocumentado e sem movimento nas patas traseiras. Apresentava também um quadro de desidratação e magreza extrema”, explicou o grupo.
Ver esta publicação no Instagram
IRA já tem três núcleos
Horas antes desta operação de resgate, o presidente do IRA, Tomás Pires, fez uma publicação revelando o orgulho que sente pelo trabalho feito. “Hoje celebramos o nosso 7.° aniversário. O que temos vindo a concretizar e a conquistar durante estes sete anos, ao vosso lado, tem sido de uma grandeza notória e gratificante. Se em 2016 me contassem o que o resgate da Kira viria a espoletar, jamais acreditaria. Jamais esquecerei a menina que originou toda a história que faz transbordar estes sete anos de sucesso”, escreveu, referindo-se à cadela que resgatou de uma vida sem condições e que veio a adotar.
“Foi, é e será com grande orgulho que assisto aos milhares de animais salvos e recuperados pelos membros desta instituição. Lisboa, Porto e Açores cobertos por uma inigualável operacionalidade no âmbito do bem-estar animal. Um departamento jurídico persistente e vincado nas consecutivas condenações por maus-tratos a animais. Um departamento de bem-estar que dá uma resposta incansável a todas as famílias de acolhimento temporário e definitivo, proporcionando um acompanhamento rigoroso. Uma equipa de médicos-veterinários de excelência, dedicados à recuperação e reabilitação dos animais resgatados”, sublinhou Tomás Pires.
E, por fim, “os milhares e milhares de irados e iradas cuja energia e disponibilidade têm sido dos pilares mais importantes da sustentabilidade, organização e expansão desta instituição. Sem vós não era possível chegarmos onde chegámos, encontrando finais felizes para os milhares de animais salvos de Norte a Sul do país. Enquanto fundador e presidente da Direção do Núcleo de Intervenção e Resgate Animal, quero deixar aqui o meu maior agradecimento e vénia aos que lutam diariamente ao meu lado, assim como a todos os que estão desse lado, acompanhando-nos nas nossas batalhas que também são vossas. Parabéns a todos nós por estes magníficos sete anos”, rematou.
Percorra a galeria para ver imagens do IRA em ação e de algumas das suas valências.
