Ter um cão em casa é aceitar que muitas vezes os brinquedos ficam espalhados por todo o lado. Assim como os miúdos, muitos canídeos têm caixas enormes cheias de peluches, bolas e outros objetos para se entreterem. E apesar de nem todos os tutores recordarem do nome de cada um deles, um novo estudo concluiu que alguns patudos não esquecem nem os brinquedos antigos nem o seu nome.
Já não era segredo que muitos animais conseguem aprender os nomes de centenas de objetos, mas foi agora descoberto que alguns cães se lembram do nome de um brinquedo, mesmo quando não o veem há pelo menos dois anos. O estudo foi partilhado recentemente na Biology Letters, uma revista científica publicada pela Royal Society.
Shany Dror, da Eötvös Loránd University, na Hungria, a primeira autora do estudo, explicou que os cães armazenaram nomes de objetos na memória a longo prazo, em vez de simplesmente os recordarem porque estão habituados a interagir com eles frequentemente.
“Sabemos que os cães se conseguem lembrar de eventos durante pelo menos 24 horas e odores durante até um ano, mas este é o primeiro estudo que mostra que alguns deles conseguem lembrar-se de palavras durante pelo menos dois anos”, explicou Claudia Fugazza, chefe do estudo.
O trabalho científico analisou Gaia, Max, Whiskey, Squall e Rico — cinco Border Collies. No início, três patudos foram apresentados a 12 brinquedos, um a oito brinquedos e outro a apenas cinco. Passado dois anos, os tutores voltaram a praticar o mesmo exercício.
Os resultados revelaram que, no geral, os cães escolheram o brinquedo correto 44 por cento das vezes – com alguns tendo uma taxa de sucesso de até 60 por cento. Estes números, segundo os investigadores, estão muito acima do nível esperado.
Por outro lado, Claudia Fugazza apontou que a pesquisa foi feita com cinco cães considerados Gifted Word Learners (GWLs), ou seja, que rapidamente aprendem truques e nomes. Outros animais que não tenham tantos estímulos diários, podem não ter uma taxa de sucesso tão elevada. “Quanto mais investir no seu cão, mais vai receber em troca”, sublinhou Shany Dror.
O segredo está na consistência e socialização do cão com outros animais
Segundo o Dog Aging Project, que nasceu nos EUA e que se debruça sobre a questão da longevidade canina, estudando dezenas de milhares de cães de todos os tamanhos, raças e origens, o tempo que um cão passa com pessoas é um importante fator para uma vida saudável, mas que o facto de também estar com outros patudos é também de grande importância para o seu desenvolvimento.
Os fatores de suporte social – tais como viverem com outros cães – foram associados a uma melhor saúde canina quando se analisa a idade e o peso. Já os fatores de adversidade financeira e familiar (maus-tratos, por exemplo) foram associados a uma saúde medíocre e a uma menor mobilidade.
De seguida, carregue na galeria para saber mais sobre o projeto que ensina os tutores a melhor o dia a dia dos cães.