Saúde

Está a alimentar bem o seu gato? A idade é preponderante, mas há mais fatores

A médica veterinária Leonor Valente explica à PiT quais os cuidados a ter e como fazer as devidas transições alimentares.
Idade, nível de atividade e raça influenciam.

Quem ama o seu animal de companhia vai querer sempre o melhor para ele. E tudo tem de ser pensado, desde a casa onde vai viver até aos médicos veterinários que vai ter, passando pelos estímulos físicos e mentais – a tão importante gatificação do seu espaço – e também pelo regime alimentar. Quando se pensa em alimentação, o habitual é considerar-se que essa é a parte mais simples. Mas não é bem assim, como explica à PiT a médica veterinária Leonor Valente.

A maioria dos amantes de gatos já sabe, pela experiência, como tudo se processa, e quais as necessárias transições na alimentação. No entanto, para um tutor de primeira água, é natural que certos pormenores lhe escapem. Por exemplo, sabe que tipo de alimentação deve dar a um gato bebé e juvenil?

“Nas fases de crescimento, os gatinhos sofrem alterações importantes, como o desenvolvimento do esqueleto, dos músculos, do sistema imunitário e da capacidade cognitiva. Por isso, precisam de uma dieta que se adapte a estas mudanças e que os apoie do ponto de vista nutricional para contribuir para um crescimento saudável”, explica Leonor Valente, responsável pela comunicação científica da Royal Canin Ibéria.

Duas fases de crescimento até à idade adulta

Concretamente, “os gatinhos passam por duas fases de crescimento até atingirem a idade adulta, aos 12 meses, sem esquecer o momento da esterilização, se esta for acordada com o seu médico veterinário. Cada fase tem as suas necessidades nutricionais específicas e a alimentação adequada será sempre um elemento-chave para contribuir para a sua saúde e bem-estar”, sublinha a médica veterinária, que tem um doutoramento em comportamento e bem-estar animal.

E porque mudam as necessidades nutricionais dos gatos ao longo da sua vida? Não se deve apenas à idade, explica Leonor Valente, “mas também por causa de fatores como doenças, níveis de atividade, se o gato é esterilizado ou não e saúde geral. Raças específicas de gatos também podem ter requisitos nutricionais específicos”.

“Os gatinhos precisam de um alimento mais calórico, com mais proteína e gordura para ajudar no crescimento e desenvolvimento, enquanto gatos mais velhos precisam de menos calorias para ajudar a prevenir a obesidade e problemas de saúde associados. Além disso, é importante garantir que a alimentação é equilibrada e considerar a sua composição em termos de nutrientes”, aponta a médica veterinária.

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Um gato bebé precisa de alimentos mais calóricos.

E de que falamos quando estão em causa os nutrientes para os felinos? “Os alimentos devem fornecer proteína de elevada qualidade e vitaminas e sais minerais essenciais para ajudar a manter a saúde ideal do gato”. Mas não só: “a quantidade de alimento também deve ser ajustada com base nas necessidades específicas do gato”.

Em resumo, diz Leonor Valente, “a idade é um fator importante a ser considerado, mas a saúde geral, condições médicas e nível de atividade do gato também devem ser levados em conta para garantir uma nutrição adequada”.

Como fazer a mudança alimentar?

Ainda sobre a questão da idade, há precauções que devem ser tomadas quando se muda a alimentação de um gato jovem para o alimento de um gato adulto. E quais são? “Em primeiro lugar, é importante fazer essa transição alimentar gradualmente”, aconselha a médica veterinária.

E, para tal, “comece por misturar uma pequena quantidade do novo alimento com o alimento atual do gato, aumentando gradualmente”. “O ideal é introduzir o novo alimento durante cerca de sete dias, misturando progressivamente o alimento antigo com o alimento novo: 75% do antigo + 25% do novo durante 2 dias, 50% + 50% 2 dias e em seguida, mais dois dias em que é 75% do novo + 25% do antigos e finalmente 100% do novo ao 7.º dia. Esta transição gradual ajuda o sistema digestivo do gato a adaptar-se à nova dieta e minimiza o risco de problemas digestivos”, explica a profissional.

Além disso, “é importante escolher um alimento de qualidade que seja formulado especificamente para gatos adultos. Os requisitos nutricionais dos gatos mudam à medida que envelhecem e, portanto, é essencial que a dieta do gato seja ajustada de acordo”.

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Cuidado com as quantidades. Excesso de peso é prejudicial.

Por último, aconselha Leonor Valente, “certifique-se de que o gato tem água fresca e limpa disponível em todos os momentos. A hidratação é importante para a saúde geral do gato e pode ajudar a prevenir problemas urinários comuns em gatos adultos”.

Os problemas de uma transição alimentar inadequada

Se a transição alimentar for inadequada, isso pode causar vários problemas de saúde e Leonor Valente enumera vários: problemas digestivos, fezes moles e diarreia, falta de apetite e desequilíbrio nutricional. “Portanto, consulte sempre o seu médico veterinário antes de fazer qualquer mudança significativa na dieta do seu gato”, recomenda.

Assim, já sabe. Se está na hora de começar a dar outra alimentação ao seu bichano, há passos que deve seguir para que tudo corra pelo melhor.

Quanto aos bebés, o conselho de Leonor Valente é o de que o tutor consulte sempre o seu médico veterinário sobre todos os aspetos da alimentação do gatinho, “para se certificar de que adota hábitos saudáveis desde o primeiro dia. “Isto significa escolher um alimento adequado às necessidades e à fase de crescimento do seu gatinho, respeitar sempre a quantidade diária recomendada e encorajar o exercício físico”.

“Lembre-se que brincar é uma forma de exercício. Se seguirmos estes hábitos e verificarmos regularmente o crescimento e condição corporal do gatinho junto do médico veterinário, estaremos a contribuir para o seu crescimento saudável e a evitar que tenha excesso de peso. Isto é importante porque, atualmente, um em cada dois animais de estimação tem excesso de peso ou obesidade, com todas as consequências negativas que esta patologia acarreta”, remata Leonor Valente.

Percorra a galeria para se recordar das principais recomendações no que diz respeito ao regime alimentar dos seus miaus em todas as fases da sua vida.

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