Saúde

Frenchies podem ter problemas respiratórios graves. Mas há uma cirurgia de correção

A síndrome braquicefálica, própria dos animais com focinho achatado, pode ser corrigida para lhes dar melhor qualidade de vida.
Frenchies, os brincalhões.

Os cães e gatos de raças braquicefálicas – de focinho achatado – têm alguns problemas adicionais de saúde, sobretudo respiratórios, precisamente devido a essas características. Uma equipa de veterinários do Royal Veterinary College, em Inglaterra, apelou mesmo, em junho do ano passado, para que não se comprem cães destas raças, como o Bulldog Francês (Frenchies), o Bulldog Inglês e o Pug, considerando que têm “vidas de sofrimento”. Na Noruega já foi mesmo proibida, por exemplo, a criação do Bulldog Ingês e do Cavalier King Charles Spaniel. Mas o certo é que muitas pessoas continuam a adorá-los e nos Estados Unidos o chamado Frenchie é já a raça preferida. Há algo que se possa fazer para minorar os problemas de saúde destes animais?

André Santos, do Hospital Veterinário do Restelo, que partilha dicas e vídeos sobre os cuidados a ter com os pets, fez uma publicação na sua conta de Instagram precisamente sobre este assunto, focando-se no Bulldog Francês.

Num curto vídeo, o médico veterinário diz que os Frenchies são uma “raça incrível”, mas que “está sempre associada a problemas respiratórios, a problemas da raça”. Por isso mesmo, explicou um pouco mais qual é “o problema desta raça e das raças braquicefálicas em geral”.

“As raças braquicefálicas, tanto em cães com em gatos – Bulldog Francês, Bulldog Inglês, Boxer e gatos Persa, por exemplo –, têm o focinho achatado, para dentro, e isto faz com que tenham problemas respiratórios crónicos e muitas vezes graves”, sublinha André Santos.

É a isso que se dá o nome de síndrome braquicefálica, “que é constituída por quatro características que vão definir a maior ou menor gravidade destas dificuldades respiratórias”, explica.

Frenchies em destaque

“A primeira característica afeta praticamente 100 por cento dos cães da raça Bulldog Francês e designa-se de estenose das narinas. As narinas estão muito fechadas e têm de ser abertas cirurgicamente para o ar poder entrar convenientemente”, refere o médico veterinário.

A segunda característica, diz, é o alongamento do palato mole. “Com o apuramento destas raças braquicefálicas, o focinho fica achatado e há um excesso de tecido, que é o céu da boca. Este excesso de tecido dificulta a entrada de ar para a laringe, o que traz dificuldade respiratória”.

Já a terceira e quarta características “são mais raras e fazem com que haja um maior quadro de gravidade respiratória”, adverte. São elas “a eversão dos sacos laríngeos e a hipoplasia da traqueia”.

Por tudo isto, André Santos considera que “todos os Bulldog Francês deviam fazer a cirurgia para correção da síndrome braquicefálica”. “Fale com o seu médico veterinário, porque a qualidade de vida do seu cão vai melhorar”, afiança o profissional.

Percorra a galeria para conhecer melhor os Frenchies, a raça que encanta e apaixona cada vez mais pessoas.

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