Para os protetores da causa animal, o bem-estar daqueles que não se conseguem defender sozinhos é sempre a prioridade. E foi por isso mesmo que o grupo Intervenção e Resgate Animal (IRA) retirou uma gata da sua casa, em Torres Vedras, no passado dia 12 de agosto, depois da denúncia de que a tutora fazia diretos no Instagram e TikTok a dar medicação à felina apenas com o intuito de conseguir dinheiro para ir a festas de kizomba. Agora, depois de todos os exames feitos, as notícias sobre a saúde de Sissi não são as melhores.
“Em relação à gatinha Sissi, recebemos os resultados da citologia do transudado do tórax. Isto é compatível com quadro de linfoma, pulmonar ou multicêntrico, excluindo-se PIF”, anunciou o IRA numa publicação no Facebook e no Instagram. A única coisa a fazer, explica o grupo de resgate, “é iniciar corticoides e manter o bem-estar dela, mas continuam a ser apenas cuidados paliativos”. Mas, sublinha, “ainda que seja um quadro irreversível, não há indicação para eutanásia enquanto apresentar qualidade de vida”.
Desta forma, “iremos contactar familiares e/ou amigos da Ana Lúcia para poderem acompanhar/ajudar a gata Sissi durante o fim de vida da mesma, articulando com as nossas equipas caso o seu quadro clínico se deteriore/complique”, remata o IRA.
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Discórdia perante decisão sobre a gata
A decisão do grupo de resgate está a causar alguma divisão entre os seguidores. Quem conhece Ana Lúcia, que é a tutora de Sissi, diz que esta nunca tratará bem da gata, por ter problemas de saúde mental, e que chegou nalguns diretos a dizer que atiraria a jovem felina contra a parede. O IRA responde que, se ficar com a gata a seu cargo, pode ser acusado de roubo, mas há quem continue a pedir para que não a restitua, já que, com esta doença, precisa de um ambiente tranquilo e onde seja bem cuidada.
Recorde-se que o IRA, perante as sucessivas denúncias contra a referida tutora, que nas redes sociais se apresenta como Barbie Cinderela, pediu a 11 de agosto a deslocação das entidades responsáveis a casa de Ana Lúcia, tendo elementos do Posto Territorial da GNR de Santa Cruz ido duas vezes à sua residência. No dia seguinte, foi o próprio IRA que ali se deslocou, tendo levado Sissi para avaliação do seu estado de saúde. Os resultados dessa avaliação chegaram agora e, não sendo os melhores, são muitos os comentários de seguidores do grupo de resgate a apelar à não devolução da gatinha.
Resta agora saber se há familiares e/ou amigos da tutora de Sissi que possam acompanhar a gata, que irá assim regressar ao seu lar original. O IRA refere ainda, num comentário, que nos exames realizados não se despistaram quaisquer maus-tratos. “Legalmente, é legítimo a detentora exigir a restituição da sua gata, sendo a única opção que nos resta”, sublinha o grupo, acrescentando que irá “acompanhar este desfecho, durante os dias de vida que ainda lhe restarem”.Percorra a galeria e veja alguns dos cães e gatos resgatados pelo IRA nos últimos tempos.