Em Portugal, é estimado que todos os anos sejam abandonados mais de 30 mil animais. Segundo dados Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), dizendo respeito a 2020 o número de animais recolhidos pelos Centros de Recolha Oficial diminui mais de 14 por cento. Já o número dos que vivem nas ruas não pára de aumentar.
Um coletivo de 44 associações de defesa animal lançou, esta quarta-feira, 7 de junho uma petição em defesa da implementação imediata do programa CED (Captura, Esterilização e Devolução dos animais ao local de origem) a cães errantes, tal como já acontece com os gatos, devido à “incapacidade crónica da recolha dos animais pelos Centros de Recolha Oficial e o problema da reprodução descontrolada das matilhas de cães errantes que se verifica de norte a sul do País”.
A petição é dirigida ao presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, ao primeiro-ministro, António Costa, ao ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, ao secretário de Estado do Ambiente, Hugo Polido Pires, e aos deputados. Denuncia a inoperância do Estado na concretização da Lei n.º 27/2016, de 23 de agosto, que “proíbe o abate de animais errantes como forma de controlo da população e privilegia a esterilização”, tal como explicita o documento publicado online.
Além disso, denuncia a falha em “restringir o programa CED como medida de controlo reprodutivo apenas aos gatos errantes”. Tal tem provocado a reprodução “sem controlo das matilhas, surgindo ninhadas sucessivas de animais condenados ao abandono”, e tem sido “cruel para os animais que, apartados do grupo, ficam confinados à cela de um canil sem perspetiva de adoção ou são deixados na rua a procriar”, além de “perturbadora e antipedagógica para a comunidade em geral”
Desta forma, o coletivo de associações espalhadas por todo o território nacional, Ilhas inclusive, defende “a alteração da legislação, de forma a permitir a implementação de CED como medida temporária de controlo populacional de matilhas de cães errantes”, que faz parte das linhas orientadoras da OMS – Organização Mundial de Saúde e também a FECAVA – Federação de Veterinários Europeus de Animais de Companhia”.
O coletivo apela ainda “à aprovação de uma estratégia nacional para os animais errantes, assente nas preocupações explanadas e em abordagens éticas, contemporâneas e respeitadoras do animal enquanto indivíduo”, explica. A petição está disponível online e já foi assinada por quase duas mil pessoas.
Carregue na galeria para perceber como é feita a gestão de colónias felinas e sobre como é importante esterilizar os animais que delas fazem parte.