Existem ainda muitas pessoas que pensam que as gatas e cadelas devem ter pelo menos uma primeira ninhada antes de serem esterilizadas. Porque podem enlouquecer”, porque “adoro bebés” ou porque “quero presenciar o milagre da vida”. Há ainda quem considere que não devem, pura e simplesmente, passar por esse procedimento cirúrgico porque “castração é mutilação”.

Tudo isso é um mito. E quanto mais depressa esterilizar as patudas lá de casa, melhor – já que é o meio mais eficaz para evitar problemas mais tarde, como os tumores mamários.

Ninhada – quando a beleza se dissipa

“Ter uma ninhada não tem nenhuma vantagem para a saúde das cadelas ou das gatas. Além disso, toda a suposta beleza de observar o milagre da vida se dissipa quando os bebés se vão embora. Elas sofrem e choram a chamar por eles. Não percebem que foram para outra casa. É como se lhes roubassem os filhos”, diz à PiT a médica veterinária Liliana Dias.

Por outro lado, “ficam muitas vezes com leite nas mamas, que tem que se secar com medicação. E ficam com os mamilos grandes e as mamas flácidas e penduradas se tiverem muitas ninhadas”, acrescenta.

Por esse motivo, “o ideal é não passarem por isso, prevenindo os tumores de mama e as infeções do útero”, sublinha a profissional, responsável pela Clínica Veterinária Dra. Liliana Dias.

E quando deve ser feito o procedimento? Cedo, de preferência antes do primeiro cio. Até porque “recuperam muito melhor da cirurgia se forem esterilizadas jovens”. Além do mais, “ter num apartamento uma cadela a pingar sangue cada 6-7 meses, às vezes durante duas semanas, não é fácil”.

E não só. “Ao levar à rua uma cadela em cio para passear, os machos querem ir atrás dela e os passeios podem ser difíceis”, aponta Liliana Dias.

Importa não esquecer também que é necessário dar depois os bebés – o ideal é estarem com a mãe durante pelo menos dois meses e meio –, o que pode revelar-se uma missão difícil.

Percorra a galeria para saber mais sobre a esterilização das cadelas e gatas.