O desejo de qualquer amante de animais é que os seus patudos tenham o maior tempo de vida possível. Esta esperança está a ser explorada a partir da administração de fármacos que contornem os efeitos do envelhecimento. No início deste ano, a empresa Loyal pretende levar para o mercado o LOY-002, um suplemento diário, com sabor a carne de vaca, que pode dar os cães no mínimo um ano extra de vida saudável.
Segundo a Loyal, o medicamento contém compostos que regulam e otimizam a função metabólica para melhorar a resposta à insulina, que tende a deteriorar-se com a idade. No site, a startup norte-americana apresenta o fármaco como um produto que “pretende atuar sobre a disfunção metabólica, podendo estender o número de anos saudáveis de vida do seu cão e apoiar a qualidade de vida enquanto envelhece”.
A startup conseguiu 125 milhões de dólares (cerca de 116 milhões de euros) de várias empresas que não tinham investido em testes de longevidade em humanos, devido às várias décadas que demorariam a obter resultados.
Celina Halioua, fundadora e chefe executiva da Loyal, crê que o estudo pode beneficiar os humanos. “Descobrir como prevenir o declínio relacionado à idade em cães é um excelente indicador para fazer o mesmo com humanos, já que os cães desenvolvem doenças relacionadas com a idade semelhantes e compartilham os nossos ambientes e hábitos”, adianta ao jornal The Guardian.
O medicamento pretende reverter mudanças metabólicas associadas com o envelhecimento. “Não estamos a tornar os cães imortais“, clarifica Celina Hailoua. A equipa defende que a droga melhora a saúde dos patudos, diminuindo por isso o ritmo de envelhecimento.
A empresa está já a trabalhar no LOY-003, e tinha ainda criado o LOY-001, que também ainda não chegou ao mercado. Este atua interagindo com uma hormona de crescimento, que desempenha um papel ativo no envelhecimento, procurando retardar o processo.
Um fármaco que contorna o envelhecimento estava já em estudo no The Dog Aging Project
Como a PiT já lhe contou, há vários anos que o The Dog Aging Project estuda a aplicação da rapamicina para aumentar a expectativa de vida dos cães – uma droga de preço acessível, usada habitualmente como imunossupressor para o pós-operatório de transplantes de órgãos em humanos. Em dezembro, o projeto recebeu mais 7 milhões de dólares (ou 6 milhões e 790 mil euros) para o estudo.
Kate Creevy, Chefe Veterinária Executiva do projeto e professora na Universidade de Ciências Biomédicas do Texas, explica em comunicado que “com o envelhecimento das pessoas e dos animais, o coração começa a enrijecer, fazendo com que bata com menos eficácia, por que não consegue relaxar completamente entre batimentos”. “Os indícios dos estudos em laboratório sugerem que a rapamicina consegue melhorar a função muscular cardíaca, a função cognitiva, e a mobilidade, bem como estender o tempo de vida”, acrescenta.
“Até agora, incluímos 170 cães no estudo e temos 20 locais onde os tutores podem participar”, adiantou a veterinária. Em relação ao dinheiro que a organização recebeu, adianta que veio com o objetivo de “expandir o número de cães a participar para 580 e adicionar novas localização ao longo do país”.
O The Dog Aging Project é o maior estudo sobre o envelhecimento canino no mundo, com mais de 50000 cães. É liderado por pesquisadores da Faculdade de Medicina Veterinária e Ciências Biomédicas do Texas, e tem como objetivo melhorar a saúde e a longevidade dos cães, através da análise de fatores genéticos, ambientais e de estilo de vida.
Percorra a galeria para saber mais sobre os estudos de aumento da longevidade dos cães.