Não importa quantas vezes dizemos que estamos preparados para dizer adeus a um ente querido ou a um animal de companhia, a verdade é que nunca estamos. O luto não é um sentimento exclusivo dos humanos e muitas espécies já o provaram. Assim como nós, os cães, os gatos, os elefantes e vários outros animais choram a morte dos seus familiares e amigos.
Um novo estudo internacional feito pela Oakland University in Michigan e partilhado no site científica ScienceDirect concluiu que assim como os cães e humanos, os gatos também ficam de luto após a morte de um outro animal com que convivia diariamente.
Os investigadores entrevistaram mais de 400 tutores de felinos sobre o comportamento dos patudos após a morte de outro gato ou cão da família, tendo sido determinado que os animais apresentavam comportamentos tipicamente associados ao luto, incluindo comer e brincar menos. Além disso, tendem a isolarem-se, dormirem mais, pedirem mais atenção aos donos e andarem à procura dos falecidos animais.
“Para mim, a descoberta mais convincente é que foi relatado que os gatos mudaram o seu comportamento de formas que seriam consistentes com o que esperaríamos de momento de luto”, apontou Jennifer Vonk, co-autora do estudo. “Isso é previsto por coisas como o período de tempo que os animais viviam juntos, a quantidade de tempo que passavam juntos envolvidos em diversas atividades ou a qualidade das suas relações”.
A professora acrescentou que a conclusão desmistifica algumas características negativas muitas vezes relacionados com os gatos, nomeadamente a falta de sentimentos pelos cães e o facto de serem vistos como anti-sociais. “Ao contrário dos cães, tendemos a pensar que os gatos são indiferentes e pouco sociáveis. Acho que os estamos a descaracterizar”, frisou.
A nova descoberta surge dois anos depois de uma pesquisa publicada na revista “Scientific Reports” e realizada por cientistas da Universidade de Milão, em Itália concluir que os cães fazem luto. De acordo com respostas dadas por 426 tutores, que possuíam, pelo menos, dois cães – um dos quais morreu enquanto o outro ainda estava vivo –, o animal sobrevivente mudou, tanto no que diz respeito a atividades como brincar, dormir e comer como em termos de emoções.
Entre os animais analisados (384 fêmeas e 42 machos), 86 por cento apresentaram, após a morte do companheiro, mudanças associadas ao luto. Destes, 67 por cento procuraram ter mais atenção por parte do dono, 57 por cento perderam a vontade de brincar e 46 por cento ficaram mais inativos.
O estudo referiu ainda que 35 por cento dos cães sobreviventes dormiram mais e/ou apresentaram sinais de medo excessivo, enquanto 32 por cento perderam o apetite. Há ainda a registar um aumento, em 30 por cento deles, de latidos e lamentos.
A seguir, carregue na galeria para saber mais sobre os sintomas de luto em cães e gatos.