Os animais partilham connosco não só bons momentos das nossas vidas, mas também alguns problemas de saúde. Há doenças e distúrbios que atingem de igual forma os seres humanos e os seus pets. No caso dos gatos, a gengivite é um desses casos – e agora um novo estudo apresenta conclusões curiosas sobre alguns fatores de risco para esta patologia oral.
O estudo, conduzido por investigadores da Universidade de Bristol, no Reino Unido, e publicado na revista científica “Journal of Small Animal Practice”, constata, por exemplo, que o risco de gengivite aumenta em gatos que são alimentados exclusivamente com comida húmida ou com um mix de comida húmida e seca, quando comparados com aqueles que seguem uma dieta apenas de comida seca.
Mas há mais. Os gatos que não caçam presas também têm maior risco de vir a ter gengivite, quando comparados com “caçadores” ativos. E o mesmo acontece aos miaus que aos seis meses se babam quando são acariciados – se comparados com aqueles que não se babam nessa idade.
Uma outra constatação surpreendente: os gatos cor-de-laranja ou com variantes laranja no pelo têm maior prevalência de gengivite face a felinos de outras cores. Já o sexo não parece influir, já que não se encontrou uma maior preponderância em machos ou fêmeas.
Prevalência da gengivite aumenta com a idade
Este estudo foi o primeiro a usar dados recolhidos de forma prospetiva para se estimar a prevalência e os fatores de risco da gengivite nos gatos domésticos. Os investigadores recorreram aos dados de 860 felinos com idades até aos seis anos que fazem parte do projeto Bristol Cats Study. O estudo conclui também que a gengivite se revelou mais comum em gatos até aos seis anos, com a prevalência a aumentar com a idade: de 24,5 por cento em bichanos com menos de 12 meses para 56,3% em miaus com idades entre os cinco e os seis anos.
“A doença periodontal é uma das mais comuns em gatos, podendo trazer problemas ao comer e também a nível comportamental [deixarem de se limpar]”, diz Jess Williams, principal autor do estudo, citado na plataforma online “Improve Veterinary Practice”. “O nosso estudo mostrou que mesmo os gatos jovens podem ter sinais de gengivite. Por isso, é importante monitorizar a saúde dental de forma regular e desde cedo, especialmente os gatos que podem ter mais riscos”, acrescenta.
A gengivite, sublinhe-se, é o primeiro [e reversível] estágio da doença periodontal. Assim, uma deteção precoce e um bom acompanhamento e gestão deste problema são cruciais para evitar uma progressão da doença. Carregue na galeria para saber mais pormenores sobre algumas raças de gatos e conhecer as suas características.