O tempo quente começa a fazer-se sentir e os dias vão trazendo cada vez mais calor. Nestas alturas, é muito importante não se esquecer de proteger os seus animais, dos maiores aos mais pequenos, pois um golpe de calor pode ser-lhes fatal. Basta ficarem fechados num carro para a temperatura interior disparar.
No caso dos cães, o facto de não terem glândulas sudoríparas em todo o corpo – responsáveis pelo suor, que, por sua vez, permite o arrefecimento – leva a que seja apenas através da respiração e das almofadas plantares que esses animais libertam o calor, mas em casos extremos isso pode não ser suficiente. Se vir que o seu patudo está com as almofadas das patas molhadas e a respiração ofegante, há que lhe baixar a temperatura corporal, mas isso deve ser feito de forma gradual – nunca lhe dê um banho de água fria.
Mas, acima de tudo, se desconfiar que o seu animal sofreu um golpe de calor, além de tentar baixar-lhe a temperatura deve levá-lo a um médico veterinário, onde será devidamente cuidado.
Não é só em casa que deve ter cuidados. Na rua também há que estar especialmente atento, não o deixando estar muito tempo exposto ao sol. E não o leve a passear nas horas de maior calor, porque o asfalto quente pode queimar-lhes as almofadinhas das patas – mas se tiver mesmo de o fazer, há calçado apropriado que eles devem usar.
Por outro lado, muitos tutores pensam que se deixarem o seu cão dentro do carro durante meia hora ou uma hora, nada acontecerá. Estão errados. Segundo experiências realizadas, a temperatura dentro um carro estacionado durante meia hora, num típico dia de verão a rondar os 20 e poucos graus Celsius, dispara rapidamente. Mesmo com as janelas semiabertas, ao fim de 15 minutos a temperatura já terá subido para cerca de 43ºC, chegando a perto dos 50ºC passada meia hora – o que é fatal para a maioria dos animais.
Animais de porte pequeno são mais sensíveis ao calor
No caso dos animais de porte pequeno, há que ter atenção redobrada. A médica veterinária Mariana Bernardino, responsável pela área de medicina de exóticos no Hospital Alma Veterinária, alerta para os cuidados que os tutores de coelhos, porquinhos da Índia, furões ou chinchilas e até mesmo aves devem ter quando os termómetros começam a subir.
“É um tema de que falo muitos com os tutores em contextos de consulta, porque as pessoas têm de ser alertadas para alguns sinais que os animais não”, afirma à PiT. É que, se no caso dos humanos, temos forma de verbalizar o impacto do calor excessivo no nosso dia a dia, o mesmo não acontece com os animais. Mas eles também “falam”.
“Há sinais de alerta de um golpe de calor que os tutores de mamíferos exóticos podem e devem estar atentos: arfar/respiração ofegante, tremores, prostração, falta de coordenação, falta de apetite, excesso de salivação ou quando eles têm a zona em redor do nariz molhada“, explica a médica veterinária.
Mariana Bernardino sublinha que “a maioria dos mamíferos exóticos é muito sensível a altas temperaturas. Além disso, o calor pode atuar como fator de stress, estando associado ao surgimento de problemas de saúde”.
Desconforto pelo calor é percetível também nas aves
A médica da AniCura Alma Veterinária alerta também para a necessidade de proteger as aves de temperaturas muito elevadas. “Os sinais mais frequentes de desconforto ou mesmo perigo num caso de golpe de calor nas aves são: passar a maior parte do tempo com o bico aberto e as asas afastadas do corpo; encontrar-se no findo do poleiro, sem reação, sem apetite e com dificuldades respiratórias”.
Por isso, já sabe. O calor parece ter vindo para ficar e todos os cuidados são poucos. Os nossos animais não podem proteger-se sozinhos e contam connosco para isso. Percorra a galeria para saber quais os cuidados que deve ter.