A leishmaniose é transmitida através da picada de um inseto voador, semelhante a um mosquito, chamado flebótomo. Apesar de existirem medidas preventivas, a infeção por leishmania em cães em Portugal quase duplicou nos últimos 10 anos. Um estudo publicado em novembro de 2022, realizado por várias universidades e entidades portuguesas, revelou precisamente que os casos aumentaram de 6,3 por cento em 2009 e para 12,5 em 2021.
E esta não é uma doença qualquer. Além de provocar sintomas graves nos cães — como perda de peso, lesões cutâneas, anemia e insuficiência renal —, pode mesmo levar à morte. E ainda há o risco sério de ser transmitida aos humanos.
Por isso, importa tomar as medidas preventivas para contrariar o aumento de casos em Portugal. Os especialistas da LETI Pharma, empresa dedicada ao desenvolvimento de soluções inovadoras para o controlo e prevenção da leishmaniose, deixam alguns exemplos importantes.
“É aconselhável manter um protocolo anual de vacinação contra a leishmaniose e uma proteção adequada contra as picadas dos flebótomos em todos os cães que vivam em Portugal. Com a prevenção, não estamos apenas a proteger os animais, mas também a nós próprios e a todos os que nos rodeiam”, adianta a empresa, que acrescenta a importância de os médicos veterinários alertarem para este problema. Isto porque, num estudo próprio revelado no final de 2024, a LETI Pharma concluiu que 43 por cento dos tutores ainda desconhecem a doença.
É importante aplicar coleiras e/ou pipetas com ação repelente durante todo o período de atividade dos flebótomos, de forma a evitar as picadas. A vacinação reduz o risco de desenvolver a leishmaniose e pode começar a ser dada a partir dos seis meses de vida do cão. É necessário avaliar qual o plano preventivo adequado através de uma consulta com o seu médico veterinário num Centro de Atendimento Médico-Veterinário (CAMV).
Além das medidas já descritas, o tutor do cão também pode ter rotinas simples para evitar o contacto com o vetor que transmite a doença. “Os flebótomos são mais ativos entre o entardecer e o amanhecer, especialmente em ambientes quentes e húmidos. Portanto, evitar passear os cães nesses períodos reduz o risco de picadas”, acrescenta a LETI Pharma. Esta reforça ainda a importância de evitar o acumular de matéria orgânica que possa atrair os insetos portadores do parasita.