Saúde

Os gatos também podem ter demência. Sabe ler os sinais?

A disfunção cognitiva felina traz alterações comportamentais que podem surgir nas fases iniciais da patologia de forma mais subtil
Esteja atento.

À medida que os anos vão passando pelos nossos amigos de quatro patas, maior a probabilidade de irem desenvolvendo problemas de saúde relacionados com a idade. Um deles é a demência, que nos cães provoca as mesmas perturbações no sono que nos seres humanos. Mas também os gatos podem sofrer do mesmo mal.

A demência nos gatos, também conhecida como disfunção cognitiva felina, é uma doença neurodegenerativa que apresenta muitas semelhanças com o Alzheimer nos humanos, explica à “Discover Magazine” o médico veterinário canadiano Gary Landsberg, especializado em comportamento animal.

E há sinais que eles vão dando? Sim, e há que estarmos bem atentos, porque uma deteção precoce do problema faz diferença “Quanto mais cedo for o diagnóstico, mais podemos melhorar a sua qualidade de vida”, refere o veterinário.

Apesar de os gatos não conseguirem comunicar verbalmente connosco, “alguns estudos mostram que o declínio na capacidade de aprenderem e na sua memória pode começar entre os 6 e os 8 anos de idade”, explica Landsberg. “Os sinais clínicos óbvios não costumam revelar-se antes dos 11 anos, aumentando a partir daí”, acrescenta.

Manifestações de demência

Há vários sinais de que um gato pode estar a desenvolver demência e um grupo de investigadores no Reino Unido sugere que nos lembremos do acrónimo VISHDAAL para estarmos atentos aos pormenores mais importantes. Em inglês, cada letra sumariza essas manifestações clínicas: V — excessive vocalization; I — changes in social interaction; S — changes in sleep habits; H — house-soiling; D — disorientation; A — changes in activity; A — increased anxiety; e L — learning and/or memory deficits. Em português, estes termos correspondem à excessiva vocalização; alterações na interação social; alterações nos ciclos de sono-vigilância; problemas de higiene e eliminação (de urina e fezes); desorientação; alteração do nível de atividade; maior ansiedade; e défices na aprendizagem e memória.

Nem sempre um destes sinais significa que um gato tem demência, mas o importante é estarmos atentos. E há mudanças de comportamento que podem manifestar-se de uma ou outra forma. Landsberg dá dois exemplos: alguns gatos podem revelar uma maior sociabilidade repentina, ao passo que outros podem mostrar-se menos sociáveis; do mesmo modo, alguns podem dormir mais e outros menos.

Há outro pormenor a ter em atenção. Os gatos tendem a ser mais subtis no que toca a mudanças comportamentais, sendo típico que evitem os membros da família se não estiverem a sentir-se bem. “Se os gatos estiverem escondidos ou não interagirem tanto com os donos, é menos provável que estes se apercebam de mudanças subtis no seu comportamento”, alerta o veterinário.

Além disso, se o seu gato passa a maior parte do tempo fora de casa e sem interagir muito consigo, é mais provável que estas alterações passem despercebidas. Por isso, tem mesmo de se ir mantendo atento.

Se desconfia que algo se passa com o seu bichano, há que o levar ao médico veterinário para serem realizados exames. Não há ainda muita terapêutica médica ou alimentar para estes casos, mas alguns suplementos nutricionais poderão ser uma boa ajuda e caberá ao veterinário decidir quais são.

Percorra a galeria para conhecer outros sinais de que o seu gato pode estar doente – sem que tenha de ser demência.

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