Estudo

Quando laços familiares são fortes, os animais vão mais vezes ao veterinário

Um estudo internacional mostra que os laços entre humanos e animais melhoram a saúde de ambos.
Mesmo sem sintomas de doença, é importante ir fazendo o check-up.

O Human Animal Bond Research Institute (HABRI) e a empresa de saúde animal Zoetis anunciaram a 16 de janeiro os resultados de um inquérito realizado junto de 16.000 tutores de cães e gatos e de 1.200 veterinários de oito países (Alemanha, Brasil, China, Espanha, EUA, França, Japão e Reino Unido). O estudo revela que o vínculo humano-animal é robusto, que os animais de estimação têm uma influência positiva na saúde dos seus tutores e que quanto mais fortes são os laços entre ambos, maiores são os cuidados veterinários recebidos pelos pets.

As principais conclusões do estudo, levado a cabo em 2021 pela CM Research Ltd., mostram que o vínculo humano-animal é universalmente valorizado e reconhecido entre os tutores:

– 95% consideram o seu animal um membro da família

– 92% dizem não haver motivos para um dia poderem ser convencidos a abrirem mão do seu animal

– 90% afirmam ter uma relação próxima com o seu animal

– 86% pagariam o que fosse preciso se o seu pet precisasse de cuidados veterinários exaustivos

– 76% declaram que, pelos seus animais, fariam grandes mudanças nas suas vidas se fosse necessário

Além disso, ter um animal de estimação está fortemente associado à melhoria da saúde humana, com a vasta maioria dos tutores de todo o mundo a ter vivenciado benefícios nesse domínio devido aos laços humano-animal. Segundo o estudo:

– 87% dos tutores reportaram benefícios em matéria de saúde mental e/ou saúde física devido ao vínculo humano-animal

– 98% dos tutores do mundo inteiro assinalaram pelo menos um benefício específico para a sua saúde, decorrente dos seus pets, entre os quais felicidade, menos solidão e menos stress

“Quando 95% dos tutores de animais de estimação consideram o seu pet um membro da família e 98% disseram ter sentido benefícios ao nível da sua saúde pelo facto de terem um animal de estimação nas suas vidas, constatámos — mais amplamente do que nunca — que a ligação humano-animal é universal entre países e culturas”, sublinha Mike McFarland, diretor-geral do departamento médico global da Zoetis e presidente do conselho de curadores da HABRI.

Uma nova escala

Para avaliar de maneira mais precisa a ligação humano-animal entre os tutores, foi criada uma nova escala que alarga as anteriores escalas validadas cientificamente. Chama-se Human-Animal Bond Score (HABScore) e analisa o vínculo entre seres humanos e animais em quatro dimensões distintas: apego, humanização, compromisso e integração.

A média total da HABScore é de 57,9/70, o que indica que o vínculo humano-animal é forte em termos mundiais.

Além disso, o estudo não identificou grandes diferenças culturais na forma como o vínculo é sentido e manifestado.

Os autores da investigação dividiram os inquiridos em três patamares HABScore — Baixo (menos de 55), Médio (55-62) e Alto (63 ou mais) — para avaliarem de que forma a solidez do vínculo pode influenciar a saúde dos humanos e dos animais.

“A robustez do vínculo humano-animal, no que diz respeito aos tutores, está fortemente correlacionada com maiores taxas de tratamento veterinário, tanto para cuidados preventivos como problemas de saúde específicos”, refere Steve Feldman, presidente da HABRI. “Esta é a mais forte prova, até à data, do impacto desta ligação na medicina veterinária”.

Entre as principais conclusões do estudo destaca-se que há uma clara correlação entre a robustez do vínculo humano-animal e melhores cuidados veterinários dos animais de estimação:

– Quanto mais forte é a ligação, maior é o número de idas anuais ao veterinário. A percentagem global de tutores que vão com os seus animais ao veterinário duas ou mais vezes por ano, por patamar, foi:

– 71% — patamar alto

– 62% — patamar médio

– 45% — patamar baixo

Os tutores que têm laços muito fortes com os seus animais apresentam uma probabilidade significativamente maior de providenciarem cuidados preventivos aos seus pets quando comparados com os do patamar baixo. Entre esses cuidados incluem-se:

Tutores de cães

– prevenir o aparecimento de pulgas/carraças/parasitas (76%, + 10%)

– vacinar (78%, +12%)

– escovar os dentes (44%, +19%)

– realizar exames de diagnóstico (26%, +14%)

Tutores de gatos

– prevenir o aparecimento de pulgas/carraças/parasitas (62%, +9%)

– vacinar (63%, +15%)

– escovar os dentes (22%, +13%)

– realizar exames de diagnóstico (23%, +14%)

Os tutores do patamar alto também são mais propensos a consultar um veterinário devido a sintomas específicos observados nos seus animais, em comparação com os tutores do patamar baixo, onde se inclui:

Tutores de cães

– problemas nas gengivas (82%, +18%)

– comichão invulgar (77%, +19%)

– perda de peso (68%, +17%)

– menos apetite (68%, +12%)

– dificuldade em subir ou descer escadas (65%, +21%)

Tutores de gatos

– problemas nas gengivas (84%, +25%)

– vermelhidão na pele (78%, +31%)

– menos apetite (71%, +17%)

– perda de peso (70%, +19%)

– queda de pelo (64%, +27%)

Ainda segundo os resultados do estudo, os médicos veterinários acreditam na importância do vínculo humano-animal na sua prática profissional: 89% estão convictos de que uma forte ligação entre os humanos e os animais reforça o bem-estar animal e 95% dizem que foi devido a essa ligação que escolheram a profissão que têm.

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