O verão chegou finalmente, e com ele os passeios mais longos pelos campos. Esta atividade tem o potencial ideal para ser um momento divertido e de conexão entre patudos e tutores, mas representa alguns riscos, evitáveis com cuidados simples e regulares. Além de preocupações como as carraças, que aparecem com o aumento das temperaturas, também as praganas podem ser um perigo, muitas vezes mais sério.
As praganas são as barbas das espigas de diversas espécies de plantas, que têm a forma de uma seta, e que se prendem facilmente ao pelo dos animais. Além disso, podem penetrar na pele, ou ser inaladas, causando complicações caso não sejam detectadas rapidamente.
André Santos, médico veterinário do Anicura Restelo Hospital Veterinário, recorreu ao Instagram para alertar que “uma pequena plantinha destas pode entrar para dentro do corpo do seu animal e acabar em cirurgia”.
O profissional, que conta com 491 mil seguidores, explica que estas plantas secas penetram habitualmente nos ouvidos, olhos, e no nariz, quando os cães se baixam para farejar durante os passeios, podendo até aspirá-las. Em casos mais complicados, podem alojar-se nos órgãos, “como o pulmão, fígado, bexiga ou outros”.
Prevenção, sinais e tratamento
O ideal é adotar algumas medidas para evitar que os patudos sejam afetados negativamente pelas praganas. André Santos salienta que devem ser evitados campos secos com ervas altas — já que, enquanto as plantas estão verdes, não se soltam. Explica ainda que os cães devem ser bem escovados, “principalmente depois dos passeios, nas orelhas, nas axilas, e na região interdigital” (ou seja, entre os dedos), e sugere que o pelo seja mantido o mais curto possível.
Mesmo adotando os passos preventivos, é essencial saber ler os sinais que denunciam a presença destas plantas, assumindo a possibilidade de que os animais tenham tido contacto com elas. O veterinário aponta comportamentos como “abanar a cabeça de repente, espirrar compulsivamente, ou coxear”, e explica que, caso se verifiquem, “é importante ser visto, pois pode ser uma pragana, e quanto mais tempo lá estiver, pior”.
O tratamento para estes casos depende da gravidade da situação. Normalmente, passa pela “remoção da pragana com uma pinça própria”, mas, “pode ser necessário cirurgia ou endoscopia”. O veterinário alerta que os tutores não devem tentar remover as praganas em casa, por correrem o risco de “empurrá-la mais para dentro”.
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