A alimentação adequada é um fator chave para que os nossos patudos cresçam de forma saudável e tenham uma melhor qualidade de vida – e longevidade. Mas, na hora de escolher a ração, qual será a mais acertada?
A DECO — Associação de Consumidores testou 33 amostras de alimento seco para cão à venda no País, tendo analisado a qualidade nutricional de cada ração, bem como da sua matéria-prima. Em cada uma das análises houve parâmetros a ter em conta que, na generalidade, mereceram boa avaliação – o que significa que a maioria dos produtos foi considerada de boa qualidade.
“O cão precisa de vários tipos de nutrientes para viver. A refeição deve fornecer a energia apropriada e ser composta pelos aminoácidos certos, provenientes de proteínas, ácidos gordos, hidratos de carbono, vitaminas, sais minerais e fibra”, sublinha a DECO na sua análise. E tudo isto deve ser “temperado” com um acompanhamento adequado de água.
Uma vez que um dos propósitos do alimento é fornecer as necessidades calóricas, a satisfazer com a quantidade de comida que o cão conseguir ingerir (adaptada ao seu estômago), “o valor energético não deve ser tão baixo que cause o impulso de ingerir quantidades excessivas de comida”, adverte o estudo. Por outro lado, acrescenta, “o valor energético não deve ser tão elevado que induza à ‘sobrealimentação’: por ser necessário dar menos quantidade é possível que o cão se sinta insatisfeito, o que pode induzir à tentação de oferecer mais ração”.
“Com base nas recomendações da Federação Europeia da Indústria de Alimentos para Animais de Estimação, calcula-se que um cão com 10 quilos necessite de cerca de 619 calorias por dia. As orientações apontam para 400 quilocalorias por 100 gramas de matéria seca”, diz a DECO, salientando que “a grande maioria das marcas testadas rondam estes valores”.
Relativamente à fibra, basta a necessária para dar a sensação de saciedade e para facilitar o trânsito intestinal, frisam as duas especialistas responsáveis por esta análise técnica, Dulce Ricardo e Susana Costa Nunes.
Também a gordura – fonte de energia e ácidos gordos – é muito importante para a dieta do cão. E influencia a palatabilidade da ração, pelo que há que estar atento. “Há que encontrar o ponto de equilíbrio, para a comida não ser tão agradável que se possa correr o risco de levar o patudo a ficar obeso”, recomenda o estudo. Todas as marcas analisadas passaram neste teste.
Proteína também é muito importante na ração
Outro nutriente a incluir na quantidade correta é a proteína, a qual deve ter teores equilibrados de aminoácidos essenciais, como lisina, metionina e cisteína. “Nenhuma marca foi negativamente avaliada na metionina e na lisina”, refere a DECO.
O estudo sublinha que se o teor de colagénio (uma proteína) for elevado, está revelado o uso de carnes de pior qualidade, mais ricas em tendões e tecidos fibrosos, que são menos nutritivos. “As análises evidenciaram uma taxa elevada de colagénio. Trata-se do parâmetro com os piores resultados, revelador de que os ingredientes de base (a carne) não se caracterizam pela melhor qualidade”, aponta.
Por outro lado, o cálcio – importante para os sistemas muscular e nervoso e para a formação e manutenção dos ossos – não foi encontrado na dose ideal em bom número de produtos, diz esta análise.
Preço da ração difere bastante
A análise debruça-se ainda sobre outros parâmetros, como a humidade e as cinzas, tendo também encontrado grandes discrepâncias nos preços. “Os preços das rações testadas têm o condão de estar nos antípodas uns dos outros, variando, por quilo, entre os 1,32 e os 15,34 euros. Os produtos mais baratos estão nas prateleiras dos supermercados. Nas lojas de animais, o custo tende a pesar mais na carteira”.
Depois de analisados todos os parâmetros, a DECO elaborou quatro listas para as rações, divididas entre “Melhor do Teste” (produtos com os melhores resultados nos testes), “Escolha Acertada” (produtos com as melhores relações qualidade/preço), “Mais em Conta” (produtos de qualidade média e um preço muito vantajoso) e “Escolha Verde” (produtos com desempenho ambiental muito bom).
Na galeria que se segue pode encontrar as 16 marcas que a DECO considera terem “muito boa qualidade” e “boa qualidade” (as melhores do teste). Veja se a que compra para o seu cão é uma delas.