Não, não acontece só aos outros. Este é um bom lema de vida, válido para as nossas vidas, mas também para as deles. Por isso, como reforçamos frequentemente aqui na PiT, é fundamental estarmos atentos aos sinais.
Grave nos humanos, o Glaucoma, um grupo de doenças associado ao aumento da pressão intra-ocular, pode ser igualmente fatal nos animais, resultando na morte das células ganglionares da retina conduzindo a cegueira.
“É um problema comum e grave e está entre as principais causas de cegueira em cães, ao contrário dos gatos, em que a sua incidência é menor“, explica à PiT Catarina Faria, médica veterinária do FozCanis – Hospital Veterinário da Figueira da Foz.
O glaucoma em cães “pode ser classificado como primário, secundário ou congénito (raro), enquanto em gatos é normalmente secundário, sendo as outras formas de apresentação raras”, prossegue a profissional clínica..
Dependendo da raça do cão e do gato, o glaucoma primário costuma manifestar-se em animais adultos ou séniores.
“A presença de sinais clínicos de desconforto é variável, pois pode diferir consoante a espécie, estágio e tipo de glaucoma”, sublinha Catarina Faria. A médica veterinária alerta para a necessidade de os tutores estarem atentos. “A demonstração de dor costuma ser expressa através do ato de esfregar os olhos contra as patas/objetos e chão sendo que os gatos raramente demonstram sinais de dor ocular“, exemplifica.
Alguns tutores mais atentos poderão notar ainda “blefaroespasmo (piscar involuntário das pálpebras), epífora (lacrimejo), protusão da terceira pálpebra, fotofobia (sensibilidade à luz), uma subtil anisocoria (assimetria pupilar), hifema (hemorragia intra-ocular) e/ou buftalmia (exteriorização do olho)”.
Segundo a veterinária da Figueira da Foz, “o diagnóstico é feito com base numa boa anamnese geral, exame físico e exame oftalmológico completos. A medição da pressão intra-ocular propriamente dita é feita através de um aparelho denominado tonómetro”.
O glaucoma requer um tratamento urgente e é bom que os tutores tenham consciência dessa urgência, porque cada dia conta. “Na maioria dos casos é necessário um tratamento médico através de medicação tópica e noutros até de hospitalização. A cirurgia deve ser sempre considerada mas cada caso deve ser analisado individualmente“, afirma à PiT.
É fundamental determinar a causa subjacente do glaucoma, a sua cronicidade e a capacidade visual do(s) olho(s) afetado(s) uma vez que esses são fatores que decidem o tratamento adequado e afetam o prognóstico.
Percorra a galeria e veja quais as raças de cães e gatos mais propensas à doença. Se o seu cão ou gato for de uma destas raças, reforce a vigilância.