Os gatos são animais que não gostam de mudanças – e se tem um em casa sabe do que falamos. Eles veem a casa como o seu território e detestam, por exemplo, portas fechadas. Mas sabia que eles podem mesmo entrar em depressão com uma mudança de rotina?
É isso mesmo: eles podem ficar deprimidos, pelo que precisa de ficar atento a todos os sinais. “Os gatos são predadores mas ao mesmo tempo presas. O facto de correrem risco de vida está muito presente nos genes dos nossos gatos domésticos, facto esse que faz com que eles gostem de previsibilidade. A previsibilidade dá segurança, um dos cinco pilares essenciais para o bem-estar felino”, explica à PiT a médica veterinária Joana Valente.
“Quando existe uma mudança na rotina, seja ela uma mudança de casa, chegada de um bebé, adoção de outro animal ou perda de tutor, este pilar fica comprometido”, sublinha a médica do Hospital Alma Veterinária. “Caso não existam estratégias para ajudar o gato, isso poderá levar a problemas graves de saúde, inclusive não raramente a morte”, alerta.
Os sinais, refere Joana Valente, “podem ser muito vagos, mas um dos primeiros pode ser a diminuição de apetite e, consecutivamente, perda de peso”.
Se há mudança, reforce a sensação de segurança
E que estratégias se podem usar para evitar que deixem de comer? “As estratégias passam por aumentar a sensação de segurança (por exemplo, com recurso a feromonas sintéticas, ambiente calmo e tranquilo) e promover a alimentação com comida apetente e saborosa, podendo ser necessário recorrer a medicamentos que estimulem o apetite”, diz a médica responsável pelo Departamento de Medicina Felina – Alma Felina.
“A alimentação forçada pela boca não deve ser uma opção e, nos casos mais graves de anorexia, poderá ser necessário recorrer ao uso de sondas de alimentação até que o gato recupere. Dependendo dos casos, também pode ser necessário usar medicação para reduzir a ansiedade e stress”, aconselha Joana Valente.
E podem os gatos desistir de viver, por exemplo quando perdem o seu tutor? “Pessoalmente, não acho que os gatos desistem de viver”, aponta a médica veterinária. “Têm, isso sim, uma maior dificuldade em adaptar-se a alterações de rotina que, a curto prazo, lhes podem provocar problemas metabólicos que levam a falha orgânica”.
Por isso, “sempre que existir uma alteração de rotina, seja ela de maior ou menor dimensão, fale com o seu médico veterinário para serem acionadas estratégias para minimizar esse impacto na vida do seu gato”, aconselha Joana Valente.
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