Família

Susana morreu subitamente e os seus gatos estão a sofrer. Quem lhes devolve a alegria?

A cuidadora tinha 21 felinos — e 15 eles ainda não encontraram um novo lar. Estão a cargo do centro de recolha de Loures.
Laranjinha precisa de um novo lar.

A vida traz-nos grandes surpresas e muitas reviravoltas de que ninguém está à espera. E por vezes, subitamente, tudo pode desmoronar-se à nossa volta. Foi o que aconteceu em junho, quando Susana, de 53 anos, morreu repentinamente. Além dos amigos e familiares que choram a sua perda, também muitos gatos ficaram, de um momento para o outro, sem a sua melhor amiga — e sem um lar.

Susana, que morava na zona de Loures — distrito de Lisboa —, adorava felinos e nos últimos anos foi acolhendo muitos em casa, desde adultos a ninhadas. Com a sua partida, ficaram para trás 21 felinos, todos eles desconcertados e vulneráveis por ficarem sozinhos. E nem no espaço que viam como deles vão poder ficar, já que o proprietário precisa da casa — pelo que a situação é ainda mais urgente.

Cinco dos gatos conseguiram rapidamente novas famílias, tendo 16 ficado “à espera de um milagre”, diz à PiT a protetora da causa animal Shandra Almeida, que tem sido uma das vozes mais ativas nos apelos à adoção destes miaus. Entretanto, mais um deles teve a sorte de encontrar um lar, mas há ainda 15 à espera do mesmo final feliz. “Não podemos deixá-los para trás. Eles perderam tudo. Vamos mostrar-lhes que ainda há esperança”, pede Shandra.

“A casa vai ser entregue e estamos sem soluções de acolhimento para estes amores – quase todos nascidos entre 2018 e 2020”, explica a protetora. O Centro de Recolha Oficial de Animais de Loures (CROAL), que também os tem divulgado, não tem espaço para todos. “Estão sozinhos, confusos, e o tempo está a esgotar-se. Precisamos desesperadamente de associações, acolhimentos temporários, adotantes, partilhas”, sublinha Shandra.

gatos

Gatos estão muito tristes

E nem é apenas uma questão de espaço. O confinamento em jaulas será demasiado stressante para estes miaus que viviam num ambiente familiar muito tranquilo. “Durante meses partilhámos os 21 gatos que perderam a tutora. O proprietário da casa não pode esperar mais e a mesma vai ser devolvida. Estes são os mais dóceis e que não podem ir para associações ou canis por estarem habituados a conviver com pessoas, a dormir numa cama. Não conhecem o outro lado da vida… e a verdade é que não têm culpa de nada! Pedirmos ajuda para esta situação tão urgente. Se pode ajudar, envie mensagem para ucro@nullcm-loures.pt”, frisa o CROAL numa das suas publicações.

“Eles não perderam apenas a sua tutora. Perderam o lar, os cheiros familiares, a rotina que os fazia sentirem-se seguros. O vazio é grande. O silêncio, pesado. Mas acreditamos que o amor pode renascer. Que cada um destes 15 anjinhos encontrará alguém disposto a abrir as portas da sua casa e do seu coração”, escreve Shandra, sublinhando que os felinos são neste momento da responsabilidade do Município de Loures. “Só irão para associações se não encontrarmos um local seguro e familiar. Estão muito sensíveis e são muito unidos”.

Todos eles são especiais e merecem famílias igualmente especiais. É o caso, por exemplo da Mimosa e da Kiara. “A Mimosa, de olhar tímido e coração frágil, ainda procura entender porque já não encontra a Susana quando desperta. A Kiara, que sempre foi cheia de energia, agora traz consigo uma doçura melancólica, como se carregasse nas patinhas a ausência que todos sentem”, descreve Shandra Almeida.

Se puder adotar ou acolher temporariamente um ou mais destes lindos miaus, dê-lhes uma oportunidade: contacte o centro de recolha de Loures e ajude a salvá-los da tristeza em que se encontram. Percorra a galeria para os conhecer.

ver galeria

ÚLTIMOS ARTIGOS DA PiT