Se estiver a passear pelo Jardim Passeio dos Heróis do Mar, no Parque nas Nações, em Lisboa, não se assuste com um inseto gigante, parecido com um mosquito, que vai deambular por esta zona da cidade no próximo sábado, 24 de maio. Ou melhor, assuste-se, mas só se tiver um cão e ainda não tiver avaliado as medidas preventivas contra a leishmaniose.
Esta doença é transmitida precisamente por este inseto, chamado de flebótomo, que, na realidade, é bastante pequeno e difícil de detetar — daí a facilidade com que infeta os cães. Embora muitas famílias desconheçam que esta doença existe, a leishmaniose não só afeta os cães, como pode também ser transmitida aos humanos.
É isso que torna tão importante esta ação da LETI Pharma, empresa dedicada ao desenvolvimento de soluções inovadoras para o controlo e prevenção desta doença. “A presença do flebótomo, ‘mosquito’ portador da Leishmania, tem aumentado muito nas cidades portuguesas nos últimos anos e estima-se que muitos cães estejam infetados sem diagnóstico, o que representa um risco adicional tanto para os próprios animais como para a saúde pública”, adianta.
Os dados comprovam esta ideia. De 2009 para 2021 o número de cães infetados com Leishmania aumentou 6,3 por cento, atingindo os 12,5 por cento, segundo um estudo realizado por várias universidades e entidades portuguesas, publicado em novembro de 2022.
Em Portugal, a doença é endémica em todo o país, onde Lisboa, Setúbal e a região do Algarve apresentam uma prevalência de 9,2 por cento, 15,5 por cento e 17,2 por cento. O aumento das temperaturas e da população canina urbana são fatores que estão a contribuir para o aumento do risco de transmissão.
A importância da prevenção
Com o objetivo de chegar a mais tutores de cães, a LETI Pharma vai então para a rua passar as mensagens mais importantes. Desde os sintomas às medidas que se podem tomar todos os dias para evitar as picadas dos flebótomos, sem esquecer o plano anual de prevenção contra a leishmaniose estabelecido com o médico veterinário.
“É preciso transformar o conhecimento em ação. Quando os tutores compreendem o risco da leishmaniose para os seus animais — e para si próprios — a prevenção durante todo o ano deixa de ser opcional para se tornar essencial. Com as medidas preventivas, não estamos apenas a proteger os animais, mas também a nós próprios e a todos os que nos rodeiam”, refere a empresa.
Os sintomas a que todos devem estar atentos são perda de peso, lesões cutâneas, anemia e insuficiência renal. É aconselhável manter um protocolo anual de prevenção contra a leishmaniose em todos os cães em Portugal, incluindo uma proteção adequada contra as picadas dos flebótomos e a vacinação. A vacinação, através de uma consulta veterinária, reduz o risco de desenvolver a leishmaniose e pode começar a ser dada a partir dos seis meses de vida do cão.
Por outro lado, é importante aplicar coleiras e/ou pipetas com ação repelente durante todo o período de atividade dos flebótomos, de forma a evitar as picadas. Assim, caso veja o flebótomo gigante pela cidade, não deixe de tirar as suas dúvidas, mas o melhor é consultar um médico veterinário num Centro de Atendimento Médico-Veterinário (CAMV) para estabelecer o plano de prevenção mais adequado ao seu cão.