Família

Eduardo tem seis meses e um pote de mel nos olhos. Espera por si em Matosinhos

O patudo foi o único sobrevivente de uma ninhada de seis. Já passou por muito e merece conhecer o amor de um lar.

As ninhadas de animais indesejados continuam a surgir um pouco por todo o país. Muitas vezes, os bebés acabam todos por morrer, fruto do desinteresse de quem os vê, de ataques de outros animais ou de um qualquer outro infortúnio.  Mas há também ocasiões em que são encontrados e resgatados antes que algo de mal lhes aconteça. Foi o que aconteceu a Eduardo, o único cachorro salvo a tempo no Lindoso, no concelho de Ponte da Barca – distrito de Viana do Castelo. Depois de sobreviver à parvovirose, está agora à espera de encantar uma família que mereça toda a sua doçura.

Foi Daniela Alex, protetora da causa animal que vive em Matosinhos – distrito do Porto –, que encontrou o pequeno bebé. E por um simples acaso. Apesar de estar longe do Lindoso, esta cuidadora desloca-se frequentemente à zona para tratar dos animais errantes e e de situações urgentes, e foi numa dessas deslocações que o encontrou.

“O Eduardo foi encontrado por um mero acaso. É filho de uma Podenga que foi abandonada no Lindoso. Já tentamos capturá-la, mas não conseguimos e tem-nos ‘presenteado’ com várias ninhadas. Só no ano passado retirámos de lá 12 bebés”, conta Daniela à PiT.

Quando a protetora resgatou alguns dos últimos cães daquela zona, há três meses, apercebeu-se que havia uma nova ninhada. “Aquando do abandono da Tracy e da descoberta das condições em que o Marley vivia, acabei por perceber que havia nova ninhada. Eram pelo menos seis bebés”, explica. “Começaram a desaparecer e os habitantes da aldeia diziam só que eles deviam estar mortos. Não percebia de onde vinham estas certezas até encontrar o Eduardo totalmente inerte”, diz, com tristeza.

Eduardo aguentou-se e sobreviveu

Depois de ir retirar o Marley da lixeira onde vivia, decidi ir ver os bebés para que estes se habituassem a mim e se deixassem apanhar. Não sobrou nem um, à exceção do Eduardo. Estava num canto, sem força para se levantar e para fugir sequer. Saltei o muro do terreno e enrolei-o no meu casaco”, relata a sua cuidadora. Daniela correu para o veterinário com Eduardo e confirmou-se o pior, ao ser diagnosticado com parvovírose. “Ficou internado e saímos de lá com um prognóstico muito reservado e com a quase certeza de que não iria resistir. Mas o menino de olhos doces cor de mel conseguiu resistir e teve alta”, conta, feliz com esta superação.

Ao falar sobre ele, houve uma família que se apaixonou de imediato. Mas, infelizmente, por questões familiares, desistiu da adoção três meses depois. E Eduardo está agora com seis meses e continua à espera de um lar de amor. “Foi um golpe e tanto. Mas quero acreditar que alguém se vai apaixonar perdidamente pelo Eduardo”.

“É um menino cheio de energia, adora outros animais – nem sempre correspondido porque é muito chatinho, no bom sentido. Adora puxar-nos pelas calças em tom de desafio para a brincadeira, mordisca-nos com muito amor e corre como se nunca se fosse cansar. Mas esta energia traz muito amor na mesma intensidade. Todo ele é amor. As barbinhas trazem conforto e o modo desajeitado promete horas a fio de gargalhadas”, afiança Daniela com um sorriso.

Quem se apaixona por este doce patudo, para que possa crescer num lar definitivo, rodeado de amor e com a dignidade que merece? Ele vai retribuir como só um cão sabe fazer. Se quiser conhecê-lo, contacte a Daniela – e não irá arrepender-se. Percorra a galeria para ver algumas fotos deste encantador amigo de quatro patas.

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