“Apesar da dor, do medo, da traição, ela escolheu lutar” — o resgate de Juni revelou um cenário que a sua salvadora não esperava, mas mostrou a vontade e resiliência que a cadela e a sua nova família têm. A Beagle foi baleada duas vezes no focinho, e a sua tutora revelou que ter sobrevivido foi “um milagre”.
Elle, a tutora da patuda, documentou o processo de resgate, tratamento e recuperação da cadela através das redes sociais. Online, explica ter-se deparado com a cadela a beira da estrada, enquanto conduzia, no dia 25 de março. Juni estava “a sangrar da boca e do nariz”, e em “pele e ossos, mas viva”. Nos vídeos, é possível testemunhar o olhar triste da cadela enquanto faz a viagem até ao veterinário com a nova tutora.
A herbalista norte-americana conta ao The Dodo ter ficado alarmada com o sangue, mas confessa que não esperava que a causa passasse por algo tão grave. Entre lágrimas, avança que “o veterinário disse que alguém a baleou no maxilar duas vezes”. “Uma das balas não acertou no cérebro por apenas alguns centímetros. Disseram que era um milagre ela ainda estar viva”, acrescenta.
A patuda foi examinada na clínica local onde a tutora a levou num primeiro momento, e onde recebeu o diagnóstico de que os ossos do maxilar estavam estilhaçados. No dia seguinte, a dona começou o processo de garantir à patuda uma operação reconstrutiva para a boca, numa clínica a quatro horas dali, em Omaha, no estado de Nebraska.
A cirurgia custou 5000 dólares (cerca de 4338 euros), devido à gravidade dos danos — Elle explica ter optado por seguir com o procedimento depois de os veterinários a assegurarem de que a qualidade de vida de Luni seria boa, e explica que a alternativa seria eutanasiar a cadela, o que “simplesmente não era uma opção”.
Para custear a operação, Elle fez um apelo nas redes sociais, pedindo donativos que concretizassem o salvamento da Beagle. O caso gerou uma onda de revolta, dando origem ao movimento Justice for Juni (ou justiça pela Juni, em português), formado com o propósito de descobrir o culpado dos maus-tratos. Além da indignação, o apoio foi evidente, permitindo que o montante fosse alcançado em algumas semanas.
A recuperação foi “uma longa estrada”. O sucedido deixou Luni com trauma, com “um buraco no céu da boca do tamanho de um polegar” e sem parte do maxilar inferior. Apesar da gravidade, a tutora conta que “em apenas oito semanas, ela ganhou peso, e algo ainda mais poderoso: confiança. Ela está a aprender o que é o amor, e de volta relembrou-nos o que é a coragem”.
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